O mercado financeiro espera na noite desta quarta-feira, 18, um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros. É o que aponta a maioria das expectativas, indicando a Selic a 10,75% ao ano.
Relatório do Itaú BBA, assinado pelo economista Lucas Queiroz, indica que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil deve decidir-se por um aumento de 0,25 p.p. na taxa Selic nesta quarta. O texto cita como razões a pressão no câmbio e melhoria das expectativas de inflação, embora estas ainda estejam desancoradas. O banco também prevê uma alta acumulada de 1,5 p.p. até o início de 2025, levando a Selic a 12%.
“Esse cenário se justifica pelo câmbio ainda pressionado e pelas expectativas de inflação que, embora tenham melhorado, seguem desancoradas. O impacto desse ciclo de alta na economia deve começar a aparecer no primeiro semestre do ano que vem, com a atividade econômica desacelerando gradualmente, o que pode abrir espaço para futuros cortes de juros na segunda metade de 2025, algo que ainda não está precificado pelo mercado”, diz o relatório.
A gestora Equus Capital, que elabora semanalmente o Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), utilizando inteligência artificial, indica 76,3% de chance de o Copom decidir subir os juros em 0,25 p.p. A IA registra que, nesta semana, houve um aumento no número de contratos em aberto no mercado de opções de Copom, passando de 34.957 para 51.952.
“Nesta semana, a probabilidade de um aumento de 0,25 p.p. na taxa Selic se estabilizou em torno de 76%, refletindo o cenário econômico mais desafiador. As projeções de inflação subiram pela nona semana consecutiva, de 4,3% para 4,35%, e as expectativas para a taxa Selic em 2025 também foram ajustadas para 10,5% ao ano. Esse movimento reforça a perspectiva de uma política monetária mais restritiva à frente”, diz Felipe Uchida, head do departamento de análises quantitativas e sócio da gestora.
A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) também divulgou nesta semana que espera um aumento de 0,25 p.p. Na visão da associação, o Copom deverá dar início a um ciclo de aumentos que levem a Selic a fechar o ano em 11,25%.