O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu Jean Paul Prates da presidência da Petrobras nesta terça-feira, 14. Segundo fontes do governo, quem assume o cargo é Magda Chambriard.
A demissão ocorre após meses de tensão envolvendo a cadeira de Prates. O estopim da rixa aconteceu em março, quando Prates se absteve em uma votação sobre o pagamento de dividendos extraordinários mesmo após o governo determinar que os representantes do conselho da Petrobras se colocassem contra a medida. No dia seguinte, a empresa perdeu cerca de R$ 53 bilhões em valor de mercado. Após a crise, a tensão entre Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, piorou.
O clima parecia apaziguado e no início do mês a estatal aprovou o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários, porém, o desgaste entre Prates e o governo fez com que Lula optasse pela demissão.
Logo após a divulgação da demissão de Prates, as ações da estatal caiam mais de 7% no pós mercado na bolsa de Nova York.
Em nota a acionistas, a Petrobras diz que recebeu nesta noite uma solicitação de Prates para que o Conselho de Administração da Companhia se reúna para apreciar o encerramento antecipado de seu mandato como Presidente da Petrobras de forma negociada, não mencionando a demissão feita por Lula. “Adicionalmente, o Sr. Jean Paul informou que, se e uma vez aprovado o encerramento indicado, ele pretende posteriormente apresentar sua renúncia ao cargo de membro do Conselho de Administração da Petrobras”.
Indicação
A indicada de Lula para a presidência da estatal, Magda Chambriard, foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no governo Dilma Rousseff (PT). Ela também é consultora na área de óleo, gás e biocombustíveis e trabalhou na Petrobras por mais de 20 anos.
Prates foi indicado para o cargo antes mesmo de Lula tomar posse, em dezembro de 2022. O então presidente eleito comunicou a indicação por meio de uma postagem em rede social. Advogado e economista, Prates também atuou como empresário e dirigente sindical. Na década de 80, participou da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro) e trabalhou na regulação dos setores de petróleo, energia renovável, biocombustíveis e infraestrutura nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.
Ele também foi secretário de Estado de Energia e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Norte e, em 2014, foi suplente na chapa de Fátima Bezerra (PT), eleita ao Senado. Em 2019, após a senadora ser eleita governadora do Rio Grande do Norte, Prates assumiu o mandato como titular até 2022, quando foi indicado para o cargo.