Maior processadora de carne bovina do mundo, a JBS teve lucro líquido de cerca de 1,1 bilhão de reais no primeiro trimestre de 2019, mais que o dobro do desempenho registrado um ano antes, 506 milhões de reais. Os resultados, divulgados na noite de segunda-feira, 13, contaram com um forte desempenho da unidade de suínos nos Estados Unidos e fraqueza na divisão Seara no Brasil.
A companhia teve um lucro sem juros, impostos e amortizações (Ebitda) de 3,19 bilhões de reais entre janeiro e março, o que representa um crescimento de 14,4% sobre o mesmo período do ano passado. O desempenho foi condizente com os 3,1 bilhões de reais estimados em média por analistas de mercado. Enquanto isso, a receita líquida, de 44,37 bilhões de reais, ficou abaixo dos 45,9 bilhões de reais projetados.
O Ebitda é usado com frequência pelos investidores e analistas para a análise do desempenho econômico das empresas.
As operações de suínos da empresa nos EUA tiveram alta de 32,7% no Ebitda, para 588,5 milhões de reais, mas a margem (porcentagem do lucro sem impostos, juros e amortizações sobre o lucro líquido) caiu de 6,2% para 5,2%.
A divisão Seara sofreu queda de 15,8% no Ebitda do primeiro trimestre e a margem recuou de 8,3% um ano antes para 6,6% . Segundo a JBS, o volume de vendas total da Seara caiu no período em parte por causa de desabilitação de fábricas que exportavam para a Arábia Saudita e aumento de preços de venda, que subiram 16,6%, “ainda insuficiente para cobrir os aumentos dos custos das principais matérias-primas”. No mercado interno os volumes de venda ficaram estáveis.
Na avaliação da empresa, os efeitos positivos da crise de peste suína africana na China, que dizimou milhões de animais no país, “irão se intensificar nos próximos meses e atingirão todas as proteínas animais que o país (Brasil) produz e comercializa tanto no mercado externo como no interno”. A avaliação é semelhante à informada pela rival BRF, que citou efeitos de queda no custo de grãos, devido ao menor consumo, e aumento na demanda chinesa por carne.
Já a JBS Brasil viu a desempenho sair de negativos 100,9 milhões de reais para 195 milhões de reais positivos, com a margem crescendo de – 1,6% para 2,9%.
A companhia terminou o trimestre com dívida líquida de 48,73 bilhões de reais, um crescimento de 7% sobre o primeiro trimestre de 2018.
(Com Reuters)