Os juros cobrados no cartão de crédito, na modalidade rotativo, tiveram queda de 67,8 pontos porcentuais em abril após a nova regra para esse tipo de empréstimo entrar em vigor. As taxas médias cobradas caíram de 490,3% ao ano em março para 422,5% no mês passado, segundo dados do Banco Central divulgados nesta quinta-feira.
Os juros do rotativo são as taxas mais elevadas do segmento de cartão de crédito e também a mais alta entre todas as avaliadas pelo BC, batendo até mesmo a do cheque especial. A taxa atingiu seu recorde em dezembro do ano passado, a 497,7%. Desde abril, os consumidores que não conseguirem pagar integralmente a fatura do cartão de crédito só podem ficar no crédito rotativo por 30 dias.
A regra foi fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em janeiro, como parte da reforma microeconômica anunciada pelo governo no fim do ano passado. Os bancos tiveram pouco mais de dois meses para se adaptarem à nova norma, que obrigou as instituições financeiras a transferirem os clientes que não forem capazes de quitar o rotativo do cartão de crédito nos primeiros 30 dias para o crédito parcelado, que cobra taxas menores.
No total, os juros médios cobrados pelos bancos das pessoas físicas recuaram 2,7 pontos porcentuais em abril frente ao mês anterior, de 41,4% para 38,7%. Os juros do cheque especial tiveram alta de 0,3 p.p, chegando a 328,3%, mesmo patamar de janeiro deste ano. Já as taxas cobradas das empresas recuou de 20% para 19,2% em um mês.
A inadimplência média permaneceu estável tanto no cálculo total (3,9%) quanto das pessoas físicas (4,0%), enquanto registrou leve alta nas pessoas jurídicas (de 3,7% para 3,8%), segundo dados do BC.