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Jovens e conectados: novos investidores da Bolsa buscam informação na web

Estudo da B3 mostra que entre os 2 milhões de novos investidores da bolsa, cerca de 60% acompanham influencers digitais

Por Luisa Purchio Atualizado em 15 dez 2020, 00h26 - Publicado em 14 dez 2020, 17h09
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  • Um estudo divulgado na tarde desta segunda-feira 14 pela B3, com os 2 milhões de novos investidores na Bolsa de Valores entre abril de 2019 e abril de 2020, mostrou que o investidor brasileiro está mais maduro em relação ao mercado de renda variável.  Sinal que os esforços das corretoras e influenciadores digitais em atrair novos investidores à bolsa estão dando bons frutos. Apesar de serem novatos, os novos investidores possuem uma melhor visão de longo prazo, mesmo em momentos de alta volatilidade nas ações, o que mostra uma melhor compreensão sobre esse tipo de ativo e um bom entendimento financeiro.

    “O pensamento de médio e longo prazo já faz parte da mentalidade de boa parte dessa nova safra que começa a investir. A decisão de resgatar os investimentos fica muito mais atrelada à liquidez do que à volatilidade”, afirma Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes Pessoa Física da B3. “É uma mudança de mentalidade que está se consolidando entre os jovens brasileiros e, por isso, uma mudança geracional na forma de investir no país”, diz ele. A média de idade desses novos investidores é de 32 anos.

    De acordo com o levantamento da B3, a maioria desses novos investidores (73%) obtém informações sobre o mercado na internet, sendo que 60% acompanham influenciadores digitais. Das pessoas que acompanham influenciadores, 73% declaram que tomam decisões de investimento por conta própria, a partir de análise e dados de diversas fontes. “A transformação digital trazida pelo avanço da tecnologia e o maior acesso à informação foram cruciais para que o mercado de investimentos se desenvolvesse muito nos últimos anos no Brasil. E, nesse cenário, é essencial que as pessoas estejam cada vez mais atentas não só à qualidade dos dados como, também, à credibilidade, reputação e histórico de suas fontes”, diz Paiva.

    Além disso, os novos investidores têm diversificado mais. Quase a metade deles (46%) fez isso este ano. Em 2016, 78% do investidor do varejo detinha somente ações e, em 2020, são 54%. Não colocar todos os ovos na mesma cesta é considerado uma decisão acertada no mercado brasileiro por parte dos especialistas financeiros. “Aqueles que criaram regras muito bem definidas de diversificação das carteiras estão firmes e fortes enquanto aqueles que concentraram demais ficaram pelo caminho”, diz Renato Breia, sócio fundador da Nord Research, a respeito do que observou das gestoras nos últimos 15 anos. “Precisamos lembrar que no Brasil as coisas funcionam bem diferente dos EUA. Com uma simples canetada, nossos governantes já foram capazes de rasgar contratos e dizimar alguns setores da economia”, diz ele.

    Apesar do crescimento e da consolidação da renda variável no Brasil, vale lembrar que ele está muito aquém ao americano e com enorme potencial de crescimento. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais da metade da população investe em bolsas, e no Brasil esse índice é inferior a 5%.

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