A Vale negou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tenha influenciado na escolha de seu presidente. Fabio Schvartsman assumiu o cargo na última segunda-feira, no lugar de Murilo Ferreira, que ficou seis anos no comando na mineradora.
Em conversa com Joesley Batista, um dos donos da JBS, Aécio diz que indicou o novo presidente da Vale. A conversa foi gravada no dia 24 de março, três dias antes da Vale anunciar que Fabio Schvartsman tinha sido escolhido para presidir a empresa.
A Vale informa que a escolha de Schvartsman “ocorreu a salvo de qualquer interferência externa e foi conduzido em conformidade com as melhores práticas de mercado, seguindo os ritos e a governança da companhia”.
A empresa diz também que a escolha foi acompanhada por representantes dos acionistas, que foi assessorada por uma empresa especializada, e que o novo presidente tem reputação no setor privado.
Ex-presidente da Klabin, a indicação de Schvartsman para o lugar de Ferreira ocorreu após uma lista preparada pela empresa internacional de seleção de executivos Spencer Stuart.
Na conversa, Joesley pede que Aécio indique Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, para a presidência da Vale. Aécio responde que não poderia atender ao pedido, mas que tentaria emplacar Bendine em outro cargo da Vale.
A Vale, por sua vez, informa que a última troca na equipe de diretores ocorreu no dia 11 de maio, depois de um dos integrantes pedir para sair.
O pedido de Joesley ocorreu após Aécio solicitar 2 milhões de reais ao empresário com a justificativa de que precisava de dinheiro para pagar despesas com advogados.
A assessoria de Aécio Neves disse que o senador foi enganado pelo delator, e que o único objetivo do encontro era tratar da venda de um apartamento, pertencente à sua mãe. “Joesley Batista tenta induzir o senador Aécio Neves, durante toda a conversa gravada ilegalmente, a alguma afirmação que o comprometesse, mas não conseguiu”, diz trecho da nota.