A J&F conseguiu suspender a assembleia-geral de acionistas da JBS, que analisaria o pedido do BNDES para afastar Wesley Batista da presidência da companhia. A assembleia estava marcada para esta sexta-feira.
Em nota, a holding controladora da JBS afirma lamentar a ‘o caminho judicial’ adotado pelo BNDES. A J&F informa que continua aberta ao diálogo.
“A companhia lamenta que o BNDES tenha instaurado o caminho judicial em detrimento do diálogo e reitera que se mantém aberta ao entendimento que preserve os melhores interesses da companhia”, diz o comunicado.
A holding diz ainda acreditar que “JBS tem tomado as medidas corretas no tempo correto”.
O BNDES informou que analisa as medidas judiciais cabíveis para o caso. O banco tinha conseguido uma liminar impedindo os irmãos Wesley e Joesley Batista de votar na assembleia. O BNDES iria pedir a abertura de um processo de responsabilidade contra os irmãos Batista pelos danos para a JBS com os crimes confessados em delação premiada.
A assembleia havia sido convocada pelo BNDES Participações (BNDESPar), braço de investimento do BNDES. O banco público tem poder para tomar medida deter mais de 5% do capital social da JBS – o BNDESPar possui 21,32% das ações da empresa.
O diretor Marcelo de Siqueira Freitas, do BNDES, disse esperar que os controladores observem os termos da Lei das S.As. “Nossa expectativa é que os próprios controladores reconheçam o conflito de interesses. A BNDESPar somente buscou o Poder Judiciário porque o controlador ainda não reconheceu o seu conflito. Se não houver esse reconhecimento, a BNDESPar vai tomar todas as medidas necessárias para resguardar a aplicação da legislação societária”, afirmou.
Em nota, o BNDES informa que mantém sua intenção de voto para a assembleia, que é defender a abertura de uma ação de responsabilidade contra os controladores atuais e a instalação de uma auditoria independente para medir os prejuízos sofridos.
Fontes ligadas à negociação dizem que a J&F tenta marcar um encontro com o BNDES no dia 10 para tratar do interesse de todos os acionistas.
Segundo essas fontes, Wesley não deve se afastar do cargo, pois está envolvido diretamente nas negociações de venda de ativos da JBS. Ele também negocia o alongamento do prazo de pagamento de dívidas.