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Inflação de maio desacelera na prévia, mas conta de luz e alimentos sobem

Resultado ficou em 0,44%, abaixo dos 0,60% de abril, influenciado pelo recuo nas passagens aéreas; em doze meses, índice acumula alta de 7,27%

Por Larissa Quintino Atualizado em 25 Maio 2021, 12h18 - Publicado em 25 Maio 2021, 09h30
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  • A alta na conta de energia, que opera em maio em bandeira vermelha, foi o que causou o principal impacto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como a prévia da inflação. Segundo dados do IBGE, divulgados nesta terça-feira, 25, o índice ficou em 0,44% – uma desaceleração em relação aos 0,60% de abril – mas representa o maior resultado para o mês em cinco anos.

    Nos últimos doze meses, o indicador acumula alta de 7,27%, acima dos 6,17% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. A meta da inflação para este ano é de 3,75%, com a tolerância chegando a 5,25%.

    De acordo com o levantamento, todos os grupos, a exceção de transporte, tiveram altas. A deflação nos transportes, que caiu 0,27%, pesa no indicador porque o grupo tem o maior peso no IPCA. A principal influência é a queda de 28% nas passagens aéreas, que levaram o grupo a registrar deflação. O IPCA e o IPCA 15 são medidos por uma cesta de itens e refere-se a famílias de um a quarenta salários mínimos (1.100 a 44.000 reais). Ou seja, nem todos os consumidores sentem a alta dos preços do mesmo jeito.

    No caso do maior impacto, a energia elétrica subiu 2,31%. Neste mês, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta 4,169 reais na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos, depois de quatro meses seguidos da bandeira amarela em vigor, cujo acréscimo é menor (1,343 reais). Além disso, houve reajustes nas contas de luz de Fortaleza (8,27%), Salvador (5,83%) e Recife (5,40%). Com a falta de chuvas, o governo chama atenção do risco hidrológico para a inflação.

    No grupo de habitação, o que também subiu foi o gás de botijão (1,45%), que aumentou de preço pelo 12º mês consecutivo, embora com alta menor que no mês de abril (2,49%).

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    Além do gás, os alimentos também ficaram mais caros, subindo o custo da alimentação no domicílio, que cresceu 0,19% em abril contra 0,50% em maio. Entre os destaques, as carnes (1,77%) – que acumulam aumento de 35,68% nos últimos 12 meses – e o tomate (7,24%), que havia caído 3,48% em abril, deixam as compras mais caras. Em compensação, o preço das frutas recuou 6,45% no período.

    O IPCA 15 leva em consideração as duas primeiras semanas do mês vigente e as duas últimas do mês anterior, e por isso o resultado é conhecido como a prévia do mês. O índice muitas vezes capta fenômenos e alterações de preços ajustados do  mês anterior. É o caso do impacto no grupo de saúde e cuidados pessoais, que subiu 1,23% contra 0,44% do mês passado. A principal influência está no reajuste de 10,08% nos medicamentos, no início de abril. Houve aumentos nos remédios antialérgicos e broncodilatadores (5,16%), dermatológicos (4,63%), anti-infecciosos e antibióticos (4,43%) e hormonais (4,22%).

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