Índice que é prévia do PIB recua, mas expectativa é de alta dos juros
O índice, que é uma espécie de termômetro do desempenho da economia brasileira, veio com recuo melhor do que as expectativas
Apesar da queda de 04,% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), o dado, que é uma espécie de termômetro do desempenho da economia brasileira, veio melhor do que as expectativas. As projeções do mercado financeiro para o IBC-Br indicavam recuo mais expressivo de 0,9% e por isso o resultado desta sexta-feira, 13, reforça apostas em alta de juros, após a reunião do Copom, marcada para a próxima semana.
A queda do índice de atividade econômica no mês foi mais influenciada por um recuo da indústria de -1,4%. Na visão dos economistas consultados por VEJA, a análise mais importante é a comparada. Considerado uma prévia do PIB, o índice registra uma expansão de 5,3% e no acumulado do ano, a alta é de 2,6%. No trimestre encerrado em julho, o IBC-Br teve alta de 1,3%.
“A atividade continua aquecida e deve manter as boas perspectivas de expansão para 2024. Ao longo do ano, a economia tem sido impulsionada pelo mercado de trabalho aquecido, pelo crescimento dos rendimentos dos trabalhadores e da massa salarial, além das melhores condições de acesso para o crédito”, diz Rafael Perez, economista da Suno Research.
Esse cenário tem impulsionado os setores Varejo e Serviços, mais dependentes da renda e do consumo. “Isso ficou evidente nas pesquisas mensais de Varejo e Serviços divulgadas ao longo da semana, que mostraram uma alta de 0,6% e 1,2% em julho, respectivamente”, afirma Perez.
Para ele, nos próximos meses é esperada a continuidade do avanço da atividade por conta do avanço da atividade, por conta do mercado de trabalho sólido e consumo em alta. “Porém, o menor impulso fiscal no segundo semestre deve diminuir o ritmo de crescimento. De toda forma, esse cenário corrobora nossa projeção de uma alta de 3,1% do PIB em 2024”, diz Perez.
Na análise de Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, os dados antecedentes sugerem um menor ímpeto de crescimento em agosto, mas o PIB continua com avanço robusto esperado neste trimestre. “Projetamos expansão de 0,6% (3,6% ao ano). Para o ano fechado, projetamos expansão de 3,0% em 2024 e de 2,1% em 2025”, diz o economista-chefe da Nova Futura Investimentos.
Com reunião marcada para a próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve voltar a atenção para o resultado divulgado nesta sexta-feira, 13. Segundo os especialistas, a expectativa é de alta nos juros. “ Essas dados como um todo vão ser interpretados para a decisão do Copom de quanto seria o aumento de juros. Esses dados serão importantes para tomada de decisão do BC, na próxima semana, Keone Kojin economista da Valor Investimentos
“Tudo isso vai na direção de fato um nível de atividade ainda forte, o que reforça o cenário da próxima semana, quando a gente espera que o Banco Central subirá a Selic em 0,25%”, diz Patrícia Krause economista chefe Latin América da Coface.