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Incerteza sobre Covid-19 faz mercado rever PIB pela 18ª semana seguida

Estimativa é que economia recue 6,51% ao fim deste ano, segundo Boletim Focus e projeção para Selic é de 2,25%; Copom decide sobre taxa de juros esta semana

Por Larissa Quintino Atualizado em 15 jun 2020, 09h33 - Publicado em 15 jun 2020, 09h14
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  • O agravamento da crise provocada pelo coronavírus,  e as incertezas sobre uma nova onda de contaminação, fazem com que analistas do mercado financeiro continuem a rever para baixo a previsão para a economia brasileira neste ano. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 15, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve apresentar uma contração de 6,51%. Essa é a 18ª semana consecutiva que os economistas consultados pelo Banco Central revisam para baixo a estimativa do indicador, porém, é a menor variação neste período. Na semana passada, os analistas previam a recessão na casa de 6,48%. Para 2021, os analistas preveem um crescimento na casa dos 3,5%.

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    Os desafios dos estados que começam a flexibilizar a quarentena O início da reabertura em grandes cidades brasileiras, os embates dentro do Centrão e a corrida pela vacina contra o coronavírus. Leia nesta edição. ()
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    A crise do coronavírus atingiu o país no ano em que se esperava uma reação da economia, que dava sinais de recuperação da crise vivida entre 2015 e 2016. No início do ano, quando a pandemia do coronavírus estava concentrada na China e não se sabia ao certo quando e como chegaria ao Brasil, os especialistas estimavam crescimento econômico para este ano na casa de 2,3%. A projeção do mercado é pior do que a do governo. Atualmente, o Ministério da Economia prevê recessão de 4,7%. Caso a previsão do mercado financeiro para o resultado da economia brasileira se confirme, a queda do PIB de 2020 será maior do que a registrada em 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, quando a economia retraiu 3,3%. 

    A reabertura da economia brasileira ainda durante uma escalada no número de casos gera apreensão sobre uma disparada de infecções e possibilidade de adoção de novas medidas de distanciamento social. Na semana passada, shoppings e comércio de rua das duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, voltaram a receber público. No exterior, países que reabriram atividades econômicas registram escalada de novos casos. A alta de novas infecções nos EUA, inclusive, derrubou as bolsas na última semana. Nesta segunda-feira, as bolsas de valores asiáticas fecharam em baixa repercutindo a escalada de novos casos em Pequim, capital da China.

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    Além do PIB, a pandemia de Covid-19 tem mais consequências em indicadores da economia brasileira. A queda na demanda causada por medidas de distanciamento social e também pela deterioração do mercado de trabalho informal e formal faz com que a crise seja deflacionária. Os economistas consultados pelo BC estimam que o IPCA, que mede a inflação oficial do país, termine o ano em 1,60%, pouco acima da previsão da semana anterior, de 1,53%. O resultado esperado está abaixo da meta traçada, que é de 4%, e também abaixo da margem de tolerância, que varia entre 2,5% e 5,5% para este ano. Em abril e maio, o IPCA indicou deflação e, no ano, a variação dos preços é 0,16% negativa. O comportamento de inflação baixa pode levar o Comitê de Política Monetária (Copom) a fazer novos reajustes na taxa básica de juros, a Selic, como forma de estímulo monetário. Atualmente, a Selic está em 3%, menor patamar da história, e o mercado financeiro estima que a taxa encerre o ano em 2,25%. A próxima reunião do comitê está marcada terça e quarta-feira desta semana. 

    Ainda segundo o Focus, o dólar comercial deve encerrar o ano cotado a 5,20 reais no fim do ano. A moeda americana, que chegou a bater na casa dos 6 reais em maio, vem recuando a cotação devido pacotes de estímulo do governo americano. A incerteza sobre uma segunda onda da pandemia, no entanto, fez com que a cotação subisse no fim da semana passada, encerrando a semana vendido a 5,04 reais.

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