A inadimplência subiu 3,63% em agosto, atingindo quase 63 milhões de pessoas. Foi a 11ª alta consecutiva, segundo dados coletados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). O total de inadimplentes já representa quase 41% da população adulta do país.
Por faixa etária, a inadimplência subiu mais entre pessoas com idade de 65 a 84 anos: uma alta de 9,56%. Entre os brasileiros de 50 a 64 anos, o crescimento foi de 6,26%, enquanto na população de 40 a 49 anos, houve um aumento de 4,77% no número de negativados. Entre os consumidores de 30 a 39 anos, a alta da inadimplência foi de 1,69% em agosto. Segundo a SPC Brasil, a inadimplência apresentou queda de 23,2% entre os consumidores com idade entre 18 e 24 anos: um recuo de 23,20%. Entre os brasileiros de 25 a 29 anos, a queda foi de 5,63%.
Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o comportamento distinto entre as faixas etárias é reflexo da entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho e também da permanência prolongada dos idosos como força produtiva do país. “Entre os idosos, que estão permanecendo por mais tempo no mercado de trabalho, a renda mais curta nessa faixa etária e o aumento expressivo de gastos com saúde, por exemplo, podem desajustar o orçamento”, diz ele.
Em números absolutos, a maior parte dos inadimplentes tem de 30 a 39 anos: são 17,9 milhões de pessoas com contas em atraso. Entre a população de 40 a 49 anos, são 14,1 milhões de inadimplentes e outros 13 milhões possuem de 50 a 64 anos. Na população idosa, que vai dos 65 aos 84 anos, são 5,4 milhões que estão com o CPF negativado.
Na população mais jovem, os números também são expressivos: 7,8 milhões de inadimplentes com idade de 25 a 29 anos e 4,5 milhões com contas atrasadas que têm de 18 a 24 anos.
Em agosto, as dívidas bancárias foram as que mais cresceram frente a igual mês de 2017: uma alta de 7,03%. Entram nessa categoria contas com cartão de crédito, cheque especial e empréstimos, por exemplo. Em seguida, o tipo de dívida que mais aumentou foi o pagamento de contas de água e luz, um avanço de 3,42%.