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Ibovespa tem queda de quase 2% após adiamento de sessão na CCJ

Investidores reagem negativamente ao atraso da votação da reforma da Previdência e a erros de comunicação do governo na condução da pauta

Por André Romani Atualizado em 17 abr 2019, 15h02 - Publicado em 17 abr 2019, 13h28
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  • O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, começou a tarde desta quarta-feira, 17, em queda, como consequência do adiamento da sessão da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Às 13h15, o índice caía 1,91%, aos 92.527 pontos.

    Existia uma expectativa para que a votação da constitucionalidade da proposta ocorresse ainda nesta quarta, antes do feriado de Páscoa. No entanto, após mais de quarenta minutos de paralisação, o presidente da CCJ, Felipe Fransischini (PSL-PR), encerrou a reunião deliberativa. Ele atendeu a um pedido do relator Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), que requisitou mais uma sessão para poder trabalhar o relatório e fazer possíveis alterações.

    Ao fim, o presidente da comissão convocou nova reunião para a próxima terça-feira, 23, às 14h30. Um novo relatório pode ser apresentado antes da votação.

    Para Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, os investidores já esperavam que a votação não ocorresse nesta semana. Por isso, segundo ele, o principal motivo da reação negativa do mercado nesta quarta-feira é o modo como isso aconteceu, com uma nova demonstração da falta de comunicação do governo, tanto internamente na Casa como na relação entre Legislativo e Executivo, e que coloca em risco a aprovação da reforma. Em certo momento, a oposição chegou a cercar o presidente da CCJ, pedindo adiamento da sessão, porque o relator não estava presente.

    “A sinalização mais simples dessa queda é a percepção de que a reforma vai atrasar ainda. Já era esperado que não ocorresse a votação hoje. O temor é muito mais sobre a reforma inteira”, analisa ele. 

    A tendência para esses próximos dias, segundo Salomão, é que o índice continue em baixa. Já a longo prazo, o Ibovespa deve continuar com significativa variação. “Eu vejo com certa naturalidade o índice, em alguns momentos, cair até 90 mil pontos e, em outros, subir aos 100 mil pontos, enquanto a reforma não for aprovada. Agora, se voltar a fechar abaixo dessa casa [dos 90 mil pontos], é um sinal de alerta mais forte do mercado”, completa.

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