O índice de referência da bolsa paulista rompeu o patamar dos 80 mil pontos pela primeira vez na história nesta terça-feira, diante do persistente fluxo de entrada de recursos com a manutenção do cenário de otimismo no exterior e no Brasil.
Às 12h16, o Ibovespa subia 0,5%, a 80.154,14 pontos. O giro financeiro era de 2 bilhões de reais. No ano até a véspera, o Ibovespa acumula alta de 4,4%, após subir quase 27% em 2017.
Para o professor Walter Franco Lopes, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), o desempenho da Bolsa pode ser explicado pela combinação de alguns fatores, como cenário interno e externo favoráveis.
“Temos um movimento de entrada de dinheiro estrangeiro, mas isso sozinho não explica a alta da Bolsa. Há otimismo com a retomada da economia, com as vendas do varejo e melhoria de alguns setores industriais”, afirmou Lopes.
Segundo ele, a trajetória de queda da taxa de juros também incentiva o mercado acionário. “Quando há redução da taxa de juros, a tendência natural é ir para a renda variável. Outro componente para o otimismo é queda da inflação.”
Na semana passada, a agência internacional de risco Standard&Poor’s (S&P) rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil de BB para BB-. No dia seguinte, o impacto na Bolsa e dólar foi pequeno, pois a avaliação era de que o mercado já contava com o rebaixamento.
“A sinalização da agência não é reação, é uma antecipação, mostra que está vendo um problema lá adiante. É um movimento para forçar a aprovação da reforma”, diz Lopes, do Ibmec.
Levantamento da Economatica mostra que o valor de mercado da Bovespa bateu recorde nesta segunda, 15, atingindo 3,12 trilhões de reais – maior valor de mercado nominalmente da bolsa brasileira.
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(Com Reuters)