O Ibovespa fechou em queda moderada de 0,25%, marcando 122.331 pontos nesta terça-feira,25. O desempenho reflete a avaliação do mercado de que a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta manhã, selou a permanência da taxa básica de juros, a Selic, em 10,50% ao ano até dezembro, pelo menos. Além disso, os investidores aproveitaram para realizar lucros, após cinco pregões consecutivos de alta.
O recuo, nesta sessão, afastou um pouco mais o Ibovespa de uma possível aceleração de curto prazo que geraria uma alta de cerca de 3%. Para destravar esse potencial de valorização, os analistas técnicos de quatro casas (Ágora Investimentos, Empiricus Research, Itaú BBA e XP Investimentos) estimam que, na média, o principal índice da Bolsa brasileira precisa romper o teto de 123.225 pontos. Até o fechamento de ontem, isso significava subir 0,47%. Com a queda de hoje, essa distância já aumentou para cerca de 0,73%.
A análise gráfica ou técnica recorre a ferramentas para detectar tendências de curtíssimo prazo, a partir dos padrões formados pela curva de preços dos ativos.
Caso recupere as forças e supere os 123 mil pontos, os grafistas enxergam espaço para que o Ibovespa embalar no curto prazo. Na média, o próximo teto estaria ao redor dos 125 mil pontos.
Dentre as casas consultadas, a Ágora é a mais otimista. Isto, porque situa a primeira resistência na região dos 122.900 pontos. A contrapartida é que a pernada de alta projetada pela corretora é menor, alcançando os 124.200 pontos.
No jargão da análise técnica, resistência é um ponto do gráfico de preços de um ativo que, se ultrapassado, abre caminho para uma alta ainda maior. Caso respeitado, a resistência torna-se um ponto de virada, a partir do qual, a cotação passa a cair ou a andar de lado.
Na outra ponta, Filipe Fradinho, analista técnico da Empiricus Research, é o mais conservador entre as quatro casas, ao projetar a primeira resistência na região dos 123.500 pontos. Em compensação, caso rompa esse teto, Fradinho estima que o Ibovespa tenha fôlego para chegar até os 126.000 pontos no curto prazo – a maior estimativa da amostra.
Os cinco pregões consecutivos de alta levaram o índice a acumular uma valorização de 2,94% sobre o fechamento os 119.138 pontos com que encerrou 17 de junho.
Em sua última reunião, na semana passada, o Copom interrompeu o ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, mantendo-a em 10,5% ao ano. O que mais impressionou o mercado foi que a decisão foi tomada por unanimidade, contrastando com a forte divisão da penúltima reunião, quando o corte de 0,25 ponto percentual passou por um apertado placar de 5 a 4.
Ao justificar a interrupção dos cortes da Selic, a ata divulgada hoje sublinha que a redução das expectativas de inflação requer uma atuação firme da autoridade monetária e ressaltou a necessidade de “contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação” dos arcabouços fiscal e monetário.