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Herdeiro do sobrenome Caloi lança bicicleta elétrica

Empresário que trabalhou na empresa da família por 20 anos diz que mercado está favorável hoje aos produtores de bicicletas

Por Thaís Augusto Atualizado em 17 set 2018, 10h23 - Publicado em 16 set 2018, 11h10
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  • A marca de bicicletas Caloi foi vendida em 1999, mas o negócio não colocou um ponto final na história dos membros da família fundadora com as ‘magrelas’. Bruno Caloi, herdeiro do famoso sobrenome, criou sua própria marca de bicicletas, a Tito Bikes.

    “Depois da Caloi, trabalhei numa fábrica de componentes para bicicletas. A década de 2000 foi muito ruim para o ramo: existiam poucas marcas, muita concorrência informal e o contrabando era um problema”, conta ele. “Mas a partir de 2007, a bicicleta voltou a ser um item de desejo”.

    Segundo ele, cidades que incentivam o uso de bikes, como Amsterdã e Estocolmo, começaram a enxergar o veículo como uma solução para o “caos” da mobilidade urbana. “Aproveitamos a tendência internacional”.

    Em 2009, ele criou a Tito Bikes. O carro-chefe continua sendo bikes urbanas, que podem custar até 1.899 reais, mas a marca também comercializa modelos dobráveis e infantis. Agora, a aposta da vez são as bicicletas elétricas, lançadas no mês passado. Com motor, o modelo promete reduzir o esforço realizado pelo ciclista em subidas, por exemplo. Entretanto, o veículo deve enfrentar a concorrência pesada do serviço de compartilhamento de bikes e patinetes elétricos.

    Para Caloi, a disputa com os novos serviços pode no final trazer vantagens para seu negócio. “As bikes compartilhadas têm seu papel: algumas pessoas deixam de comprar para alugar. Mas também tem o cliente que tinha receio de andar de bicicleta na cidade, usa as compartilhadas, perde o medo e compra uma”, disse.

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    A bike elétrica da Tito custa 6.588 reais. No ano passado, a Caloi também lançou dois modelos elétricos: os preços variam entre 7.999 reais e 12.999 reais.

    Caloi diz que o momento é favorável para quem atua no setor. “Teve uma época no Brasil, a partir dos anos 2000, em que a decisão de compra de uma bicicleta era influenciada pelo preço. Se o cliente encontrava um modelo 10 reais mais barato, comprava. O mercado foi então diminuindo o preço até o canibalismo total”, disse. “Agora, o consumidor está mais consciente de que o barato pode sair caro”.

    Herança

    Carregar o sobrenome Caloi ajudou a abrir portas para o dono da Tito Bikes. “Sem dúvida meu sobrenome abre mais mercado. É um voucher de qualidade”.

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    Ele trabalhou na antiga empresa da família por 20 anos. “Às vezes, me perguntava se era aquilo mesmo que eu queria”, relembrou. “Mas o ambiente era como se fosse da minha própria casa. Não me arrependi. O maior desafio foi demonstrar competência”.

    Caloi conta que a bicicleta sempre foi parte do seu cotidiano. “Quando a fábrica da minha família não estava funcionando, meu pai nos levava para andar de bicicleta no meio dos corredores”. Hoje, ele também usa o veículo para ir trabalhar. “A bicicleta é quase uma extensão minha, está incorporada”.

    Ele elogia a iniciativa de São Paulo na ampliação da malha de ciclovias. “Comparado com três anos atrás, está muito melhor. As ciclovias podem receber muita crítica, mas muitas funcionam. Demos o primeiro passo, mesmo que esteja muito aquém do resto do mundo”.

    Mas ele diz que não basta só criar ciclovias. “Tem que ter uma infraestrutura, as empresas precisam de estacionamentos para bikes e espaços onde os funcionários possam tomar banho”.

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