O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em evento na noite desta segunda-feira, 23, que o governo vai acelerar nos próximos dias os estudos para a reforma tributária. “Semana que vem a gente já começa a entrar com a nossa proposta tributária”, garantiu, durante palestra em Belo Horizonte.
Ao comentar o tema, ele citou por alto o processo de demissão de Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal. Na fala de mais de uma hora, Guedes reconheceu que, após a Previdência, o governo gostaria de tratar do pacto federativo com o Congresso, mas os parlamentares estavam dispostos a debater no momento a reforma tributária.
“Tem uma questão de timing político. Tive de recuar e fazer a tributária”, afirmou. Ao defender o pacto federativo, o ministro voltou a dizer que a proposta é “desindexar e desvincular” recursos, para que o dinheiro vá “para onde o povo está”. “Temos de devolver os orçamentos públicos para a classe política. É preciso descarimbar o dinheiro público”, afirmou. Guedes participou do 10º Fórum Liberdade e Democracia, no qual proferiu a palestra de encerramento.
Volta da oposição na Argentina é ‘tragédia final’
Guedes também avaliou que o governo argentino hesitou em tomar as medidas necessárias para ajustar a economia e deu, assim, “chance para voltar (ao poder) justamente quem quebrou o país antes”.
“Não queremos cair no problema que a Argentina caiu de hesitar no primeiro ano, hesitar no terceiro e no final tá tudo degringolando. E aí, a tragédia final, volta os que quebraram. A turma que quebra volta para acabar de quebrar”, afirmou.
O candidato de oposição de centro-esquerda à Presidência da Argentina, Alberto Fernández, derrotou o presidente Maurício Macri nas eleições primárias do país e a expectativa é que saia vitorioso nas eleições gerais de outubro. Ele tem como vice em sua chapa a ex-presidente Cristina Kirchner.
Guedes ponderou que não pode inteferir nos assuntos internos argentinos e, por se tratar de um país vizinho, membro do Mercosul, precisa “dizer que tamo junto”.
“Mas a grande verdade é que, se ninguém fizer o ajuste, perde o espaço e dá a chance para voltar justamente quem quebrou o país antes”, disse Guedes. “O que não é problema nosso, é problema deles”, acrescentou.
Segundo Guedes, ao contrário do que ocorreu na Argentina, o governo Jair Bolsonaro está tendo um primeiro ano de sacrifício. “É um ano de plantar”, afirmou. A expectativa é que no ano que vem a economia esteja se movendo bem melhor e que decole em 2021, chegando a 2022 “em velocidade de cruzeiro”, disse o ministro.
Com Reuters
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