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Greve dos caminhoneiros fez inflação de maio disparar

Com a paralisação dos produtos nas rodovias, a demanda tornou-se maior do que a oferta, pressionando os preços para cima

Por Thaís Augusto 8 jun 2018, 15h39
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  • Os alimentos que mais sofreram com a alta foram a cebola (de 19,55% em abril para 32,36% em maio) e a batata-inglesa(de -4,31% em abril para 17,51% em maio) (Thaís Augusto/VEJA.com)

    A inflação oficial acelerou 0,40% no mês de maio e surpreendeu o mercado, que esperava um índice entre 0,26% e 0,36%. A greve dos caminhoneiros, iniciada no dia 21 de maio, foi a grande responsável pelo resultado – com a paralisação dos produtos nas rodovias, a demanda tornou-se maior do que a oferta, pressionando os preços para cima. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira.

    Com a greve, uma revisão da alta do IPCA era aguardada pelos especialistas – a questão era saber o tamanho do reajuste. “A aceleração da inflação era inevitável. Os grupos de combustível e alimentação têm peso de mais de 30% na inflação”, contou o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.

    Antes da paralisação, o professor da Faculdade Fipecafi, George Sales, previa um IPCA de 0,26%. Ontem, revisou o indicador para 0,40% – expectativa certeira e que representa um aumento de quase 50% em relação à expectativa inicial.

    Para Vale, cerca de 30% da inflação de maio deve-se à greve dos caminhoneiros. “O mês de junho ainda será pressionado pela greve dos caminhoneiros, mas em julho deve estar normalizado”.

    Mesmo com a alta, o IPCA continua abaixo da meta definida pelo Banco Central para 2018. O índice acumula uma alta de 2,86% nos últimos 12 meses encerrados em maio – a meta da inflação é de 4,5% para o ano, com piso de 3%.

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    Segundo Sales, a greve dos caminhoneiros não é o único fator que influencia o aumento dos preços. “Além da forte alta devido à paralisação, há o aumento do dólar nos últimos meses. Tais efeitos podem afetar o consumo interno”.

    O grupo de transportes registrou alta de 0,40%. A alta da gasolina (3,34%) e do óleo diesel (6,16%) influenciaram o resultado, de acordo com o IBGE.

    Os alimentos que mais sofreram com a alta foram a cebola (de 19,55% em abril para 32,36% em maio), a batata-inglesa(de -4,31% em abril para 17,51% em maio), as hortaliças (de 6,46% em abril para 4,15% em maio) e o leite longa vida (de 4,94% em abril para 2,65% em maio).

    De acordo com o economista da MB Associados, a greve também influencia na atividade econômica. “Mais importante do que o peso da paralisação na inflação, há o peso na atividade. Quando forem divulgados dados da indústria, vamos entender quão importante foi a greve, as quedas serão significativas”.

    Projeções de diversos segmentos da economia apontam para perdas de mais de 75 bilhões de reais após dez dias de greve dos caminhoneiros.

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    Tabela para frete

    Uma das reivindicações dos caminhoneiros durante a paralisação, uma tabela com preço mínimo do frete para o transporte rodoviário de cargas, foi revogado pelo governo menos de 24 horas após divulgação. A decisão foi tomada pela insatisfação dos representantes dos caminhoneiros.

    Segundo Vale, uma nova tabela pode encarecer os produtos para o consumidor final. “É provável que essa tabela não funcione. O repasse de preços seria muito intenso. O governo vai ter que buscar uma solução mais factível”.

    “O ideal é que não tivesse um tabelamento”, afirmou ele. “Esse tipo de tabelamento geral é ruim porque cada viagem de caminhão é uma coisa, acaba distorcendo o mercado de frete no Brasil”.

    A expectativa dos caminhoneiros era de que a tabela reduzisse o custo do transporte em relação aos valores atuais.

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