Reportagem publicada pelo jornal The New York Times relata que o Google encobriu denúncias de assédio sexual contra Andy Rubin, criador do sistema operacional Android.
Segundo o jornal, uma funcionária acusou o executivo de forçá-la a fazer sexo oral nele em um hotel. O caso ocorreu em 2013. Após a denúncia, uma investigação do Google confirmou a versão da mulher. Foi solicitada a saída do executivo do cargo, que renunciou em outubro do ano seguinte.
Mas Rubin não deixou a empresa de mãos abanando, de acordo com o NYT. O Google ofereceu ao executivo uma bonificação de 90 milhões de dólares, pagas em parcelas mensais durante quatro anos – a última prevista para novembro deste ano.
Um porta-voz do executivo negou as acusações de assédio. Segundo sua defesa, Rubin deixou a empresa por decisão própria.
A reportagem ainda mostra que outros dois executivos de alto escalão do Google foram protegidos após acusações de condutas inapropriadas. Em um dos casos, o vice-presidente de buscas, Amit Singhal, foi acusado de apalpar uma funcionária durante evento da empresa. Ele estaria alcoolizado. Singhal deixou a empresa sem alardes em 2015 após receber uma indenização milionária.
Procurado por VEJA, o Google informou que demitiu 48 executivos nos últimos dois anos por assédio sexual. “Nenhum desses indivíduos recebeu um pacote de saída”.
O terceiro executivo, David C. Drummond, do departamento jurídico, manteve um caso extraconjugal com sua funcionária por três anos. O episódio veio a público quando eles tiveram um filho – a empresa determinou que um deles mudasse de área, o que coube a Jennifer Blakely.
Enquanto isso, Drummond acabou promovido e atualmente é responsável pelos assuntos jurídicos da Alphabet, holding que controla o Google, e também pelo conselho de administração do Google Ventures, braço de investimentos em novos negócios da companhia.
Em e-mail enviado aos funcionários, a empresa diz que oferece canais confidenciais para denúncias. “Sabemos que denunciar assédio pode ser traumático. Apoiamos e respeitamos aqueles que se manifestaram”.
A mensagem foi assinado pelo CEO do Google, Sundar Pichai e a vice-presidente de recursos humanos, Eileen Naughton.