O ex-CEO da Nissan e da Renault, Carlos Ghosn, deixou a prisão, nesta quinta-feira, 25, após pagamento de fiança depois que o tribunal responsável pelo caso no Japão rejeitou um recurso apresentado pela promotoria.
Ghosn deixou o centro de reclusão, no qual estava detido desde 4 de abril, por volta das 22h20 locais (10h20 em Brasília), acompanhado de um representante da equipe de advogados que o defende. O valor da fiança foi de 500 milhões de ienes (17,7 milhões de reais), metade do solicitado pelo tribunal na vez anterior.
Foi a segunda vez que Ghosn deixou a prisão mediante pagamento de fiança. Antes, ele ficou detido entre 19 de novembro e 6 de março.
Entre as condições estipuladas para sua liberdade, está a impossibilidade do executivo de encontrar sua esposa, Carole Ghosn, a não ser que indique ao juiz a hora e o local com antecedência. Ela foi interrogada após a prisão do empresário e é citada pela imprensa como beneficiada de determinadas operações financeiras irregulares atribuídas a Ghosn pela promotoria de Tóquio.
Em comunicado divulgado por seus representantes, Ghosn diz que “ninguém deveria ser indefinidamente mantido em confinamento solitário com o propósito de ser forçado a fazer uma confissão”. “Mas restringir as comunicações e o contato com a esposa é cruel e desnecessário”, acrescentou o executivo.
Ghosn, que comandava a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, foi indiciado duas vezes por não declarar todos os rendimentos, entre 2010 e 2018, nos documentos que a Nissan entregou às autoridades financeiras japonesas. Além disso, ele é acusado de abuso de confiança, tendo supostamente enriquecido às custas da Nissan.
(Com AFP e EFE)