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Ganhos do país com disputa entre China e EUA não se sustentam, diz Mourão

Presidente em exercício disse também que o governo quer diversificar exportações aos chineses

Por da Redação
9 set 2019, 14h13
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  • O presidente em exercício Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira, 9, que o mundo acompanha com “apreensão” a escalada das barreiras tarifárias e o aumento do risco de recessão global pelo conflito entre a China e os Estados Unidos.  Segundo ele, qualquer ganho de curto prazo que o Brasil está tendo com o conflito pode ficar comprometido com a desaceleração global. O titular, Jair Bolsonaro, está internado após cirurgia feita no domingo passado.

    “Sabemos que ganhos de curto prazo para o Brasil, como a demanda por soja, podem ficar comprometidos pela redução global da atividade econômica”, afirmou Mourão, durante cerimônia de 15 anos do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).

    Como VEJA mostrou, o embate comercial entre as duas principais economias do mundo tem sido positivo para o Brasil até o momento, mas há apenas dois cenários para os próximos desdobramentos desse conflito. Em ambos, o Brasil sofrerá perdas. No mais provável deles, os países entrarão em acordo até 2020 — e todo esse crescimento de participação dos produtores nacionais deverá ser devolvido aos exportadores americanos. Já no segundo cenário, com as conversas fracassando, o crescimento global será afetado a ponto de cair dos atuais 3% ao ano para zero. Essa possibilidade nem é considerada pelas principais forças econômicas do planeta, uma vez que o “estouro” da corda seria catastrófico para todo o mundo.

    Mourão disse ainda que o Brasil quer diversificar as exportações à China. Segundo ele, ir além das vendas de produtos de baixo valor agregado – como soja e minério – é um “desafio persistente” do país. “O colosso asiático não deve ser visto apenas como destino fácil para exportação de commodities. A China amplia e diversifica sua presença política e econômica no exterior, apresentando-se como protagonista”, comentou.

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    O presidente disse ainda que a guinada no consumo interno chinês, bem como a disposição da China em fazer investimentos em infraestrutura no exterior, são oportunidades para o Brasil.

    Nesta segunda-feira, 9, o Ministério da Agricultura brasileiro foi informado oficialmente pela Administração Geral da Aduana da China (GACC) sobre a habilitação de 25 novos frigoríficos de carne – 17 de bovinos, seis de frango, uma de suínos e uma de asininos. Com isso, o País, que antes tinha 64 plantas habilitadas a exportar para o gigante asiático, passa a ter 89. O país asiático está em meio a uma crise em seu setor produtivo. Uma peste suína dizimou grande parte de sua produção, que abriu portas para o mercado brasileiro.

    (Com Estadão Conteúdo)

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