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Funcionária que denunciou assédio no Uber festeja licença de CEO

Na carta em que anuncia seu afastamento, Travis Kalanick diz que pretende voltar melhor para a companhia

Por Da redação
Atualizado em 15 jun 2017, 20h17 - Publicado em 15 jun 2017, 19h43
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  • A engenheira Susan Fowler, a ex-funcionária do Uber que denunciou um caso de assédio sexual na companhia, festejou o afastamento de Travis Kalanick da presidência-executiva da empresa. A denúncia de Susan foi o estopim para a empresa contratar uma investigação global após outros casos de assédio virem à tona.

    Em sua conta no Twitter, Susan disse que basta uma pessoa para fazer mudanças. “Não se esqueçam disso.”

    Em relato publicado em fevereiro, Susan conta que procurou o RH do Uber assim que foi assediada pelo seu chefe. Ela foi aconselhada a mudar de setor ou a permanecer na mesma área, sabendo que poderia ser mal avaliada pelo chefe. O RH informou ainda que não podia fazer nada contra o assediador, pois ele era um funcionário bem avaliado.

     

    Em março, logo após a denúncia de Susan, o então presidente do Uber, Jeff Jones, saiu da companhia alegando que não podia continuar numa empresa que tinha valores incompatíveis com os seus. “As crenças e a abordagem de liderança que guiaram minha carreira são inconsistentes com o que vi e vivenciei na Uber, e eu não posso mais continuar como presidente do negócio”, escreveu ele ao se desligar do cargo.

    Na semana passada, o Uber divulgou o primeiro relatório da investigação contratada para apurar os casos de assédio na empresa. Conduzida pelo escritório de advocacia Perkins Cole, a investigação analisou 215 queixas de assédio registradas desde 2012. A empresa decidiu demitir 20 funcionários com base nas investigações.

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    Logo em seguida, a empresa demitiu o presidente da região Ásia-Pacífico, Eric Alexander, que acessou de forma ilegal a ficha médica de uma mulher estuprada por um motorista do Uber na Índia.

    Segundo o The New York Times, Alexander estava convencido de que o caso de estupro era uma armação da Ola, um dos maiores concorrentes da Uber na Ásia, para atrapalhar a expansão da companhia na região. Ele teria passado meses na Índia conduzindo sua própria investigação. A reportagem diz que o executivo compartilhou sua suspeita com Kalanick.

    Susan continua festejando a crise de reputação que parece atingir a Uber. “Você nunca pode estar errado se você defender o que é certo. Verdade sempre vencerá”, escreveu a engenheira.

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    Confusões em série

    Na carta em que anuncia seu afastamento, Travis Kalanick diz que pretende voltar melhor para a companhia. “Para que o Uber 2.0 possa ter sucesso não há nada mais importante do que dedicar meu tempo à construção de um time de líderes. Mas, se vamos trabalhar nesse Uber 2.0, eu preciso trabalhar no Travis 2.0 para que ele se torne o líder que a companhia precisa e que vocês merecem.”

    Não foi a primeira vez que ele prometeu ser um executivo melhor. No começo do ano, Kalanick foi filmado discutindo com um motorista do Uber. Na ocasião, ele enviou e-mail aos funcionários dizendo que estar envergonhado é ficar bem aquém do que sentia. “As críticas que recebemos são um lembrete de que devo mudar fundamentalmente como líder e amadurecer”, afirmou na ocasião.

     

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