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FMI vê sinais de retomada global e eleva projeção para PIB do Brasil

País deve crescer 3,7% em 2021, segundo a entidade; tombo na economia poderia ser maior sem estímulos, já que somente vacinação trará a normalidade de volta

Por Diego Gimenes
Atualizado em 6 abr 2021, 21h10 - Publicado em 6 abr 2021, 16h17
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  • Com o avanço da imunização contra a Covid-19 em países como Reino Unido e Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou as expectativas para a economia neste e no próximo ano. Para a entidade, que calculou um recuo global de 3,3% em 2020, as economias do mundo inteiro, juntas, devem crescer 6% em 2021 e 4,4% em 2022. Em outubro do ano passado, as projeções apontavam para 5,2% e 4,2%, respectivamente. Um dos principais fatores que explicam esse otimismo é a série de pacotes de estímulos monetários aprovados pelos países, sobretudo o trilionário de Joe Biden. Segundo o FMI, sem a ajuda emergencial, o tombo na economia poderia ter sido três vezes pior, o que atrasaria mais ainda a retomada das atividades.

    Para o Brasil, a expectativa do fundo é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 3,7% em 2021 e 2,6% em 2022, ante 2,8% e 2,3%, respectivamente, na previsão passada. O percentual é menor do que a média dos países emergentes (6,7%), das economistas avançadas (5,1%) e dos países da América Latina e Caribe (4,6%). Porém, o FMI projeta um crescimento maior que o governo e o mercado financeiro brasileiro, que veem um crescimento de 3,2% para este ano. 

    No campo do emprego, o FMI acredita que a pandemia do novo coronavírus fez aumentar as desigualdades no mercado de trabalho. “Jovens, mulheres, trabalhadores com nível de escolaridade relativamente baixo e os empregados informais foram atingidos com mais força”, afirma o relatório. Cerca de 95 milhões de pessoas entraram na categoria de extrema pobreza em 2020, e outras 80 milhões na faixa de subnutridos, de acordo com o órgão. No Brasil, a taxa de desemprego deve ficar em 14,5% no ano de 2021, com desaceleração no ano seguinte.

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    Para Gita Gopinath, conselheira econômica e diretora de pesquisa do FMI, há uma série de desafios relacionados à velocidade de recuperação entre os países e os potenciais danos econômicos permanentes decorrentes da crise. “Como a crise acelerou as forças transformadoras da digitalização e automação, muitos dos empregos perdidos não devem ser recuperados, exigindo a realocação de trabalhadores entre os setores”, diz. Neste momento, as políticas econômicas devem zelar pela manutenção da atividade econômica, enquanto os países aguardam a viabilidade da imunização em massa das pessoas.

    Países com dívida pública elevada, menor capacidade de atendimento de saúde e maior dependência do turismo devem ter a retomada mais tardia, de acordo com o FMI.

    Na vacinação, o órgão crê na cooperação internacional para garantir o acesso universal aos imunizantes, e que a aplicação das doses é o instrumento mais rápido e eficaz para a volta à normalidade. Dessa forma, os países que estão vacinando mais rapidamente devem se recuperar antes, como é o caso dos Estados Unidos, que devem atingir o patamar pré-pandemia ainda em 2021. O FMI projeta crescimento de 6,4% para a economia americana este ano. Os países europeus devem chegar a esse nível em 2022, e, os emergentes, apenas em 2023. Para o pós-pandemia, a aposta é na introdução de iniciativas para aumentar a capacidade produtiva e, assim, garantir uma melhor adaptação a uma economia mais digitalizada no futuro.

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