O Ministério da Fazenda elevou para 3,2% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024. A informação é do Boletim Macrofiscal de setembro, divulgado nesta sexta-feira, 13, pela Secretaria de Política Econômica (SPE). Na edição de julho do documento, a estimativa para o PIB era de 2,5%.
Para o PIB agropecuário, a projeção de crescimento foi revisada de -2,5% para -1,9%. Segundo o corpo técnico do Ministério, a melhora é fruto de melhores perspectivas para a colheita de milho, cana-de-açúcar, algodão e abate.
A projeção para o PIB da indústria passou de 2,6% para 3,5%. Em serviços, a estimativa subiu de 2,8% para 3,3%. “O crescimento desse setor reflete novos postos de trabalho gerados e maior rendimento real dos trabalhadores”, disse Raquel Nadal, subsecretária de Política Macroeconômica, em live de divulgação do documento.
Na última quarta-feira, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia apontado que a projeção do PIB seria revisada para mais de 3%. “Diziam que o Brasil iria crescer 1,5% este ano. Mas crescemos quase 1,5% no segundo trimestre. Em um trimestre o Brasil cresceu o que o mercado tinha projetado para o ano inteiro”, disse o ministro em evento. “Deve vir mais forte, possivelmente 3% para cima, 3% de crescimento, talvez até um pouco mais, crescimento do PIB deste ano”, pontuou.
A estimativa do governo segue mais otimista do que as expectativas do mercado financeiro. Segundo o relatório Focus divulgado pelo Banco Central nesta semana, a mediana de projeções do mercado é de 2,68% para o PIB ao fim de 2024.
Para 2025, a Fazenda reduziu a estimativa de crescimento de 2,6% para 2,5%. Segundo o documento, a alteração se deve à perspectiva de novo ciclo de alta de juros. “É evidente que uma política monetária restritiva acaba afetando a atividade, mas, quanto à política monetária, sempre repito que a decisão é do BC”, disse Guilherme Mello, secretário de Política Econômica.
Para 2026, a projeção se manteve em 2,6%.
Inflação
O Ministério da Fazenda também aumentou sua estimativa para o IPCA de 2024. Agora, a projeção é de alta de 4,25%, contra 3,90% no relatório de julho. A elevação incorpora a expectativa de bandeira amarela para as tarifas de energia em dezembro e o reajuste do preço mínimo do cigarro. A projeção também leva em conta a depreciação do câmbio e o impacto climático das secas no país e das enchentes no Rio Grande do Sul.
Para 2024, a meta do IPCA estabelecida pelo Banco Central é de 3%, com intervalo de tolerância de até 4,50%. “A gente espera que a inflação se situe dentro do intervalo da meta, mesmo atrapalhado por diversos choques de oferta”, disse Nadal.
Entre os principais riscos para inflação, a área técnica do Ministério pontua a pressão dos conflitos geopolíticos sobre as commodities, a alta no custo de fretes e os eventos climáticos extremos.
Para 2025, a projeção para o IPCA subiu de 3,30% para 3,40%. Para 2026 e 2027, a estimativa se manteve em 3%.