O Facebook começa a avisar nesta segunda-feira os 87 milhões de usuários que tiveram dados indevidamente compartilhados com a consultoria Cambridge Analytica, que utilizou as informações para ajudar a eleger Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Para os usuários que tiveram dados compartilhados com a consultoria, o Facebook vai disponibilizar uma mensagem no feed de notícias, explicando como suas informações foram utilizadas pela Cambridge Analytica. Todos os 2 bilhões de membros da rede social receberam um link para saber quais aplicativos foram conectados com sua conta do Facebook e a quais dados essas aplicações têm acesso.
No Brasil, 443.000 brasileiros tiveram seus dados do Facebook vazados – o país está na 8ª colocação entre os 10 países com mais usuários afetados. Nos Estados Unidos, mais de 70 milhões de pessoas tiveram os dados expostos. O país foi seguido por Filipinas (1,17 milhão) e Indonésia (1,09 milhão).
Com o escândalo em torno da falta de privacidade e proteção de dados dos usuários, o Facebook anunciou mudanças para tentar contornar a situação. “Acreditamos que essas mudanças protegerão melhor as informações das pessoas e, ao mesmo tempo, permitirão que os desenvolvedores criem experiências úteis”, disse o diretor-executivo de Tecnologia do Facebook, Mike Schroepfer em postagem do Facebook.
Uma das principais mudanças diz respeito ao Facebook Login, que permitia o compartilhamento de dados dos usuários com aplicativos parceiros da rede social, como aqueles que desenvolvem games ou quiz. “As pessoas não poderão mais conceder aos apps acesso a informações pessoais, incluindo crenças religiosas ou políticas, status e detalhes de relacionamento, listas personalizadas de amigos, histórico escolar e profissional, atividades físicas, de leitura e musicais, leitura de notícias, hábitos de assistir a vídeos e de acesso a jogos”.
A empresa diz que vai remover nesta semana a capacidade dos desenvolvedores de solicitar dados que as pessoas compartilham com eles caso o aplicativo não tenha sido usado nos últimos três meses.
A mudança também atinge quem utilizava a busca de contas por meio do número de telefone ou endereço de e-mail de outra pessoa. A rede social afirma que essa ferramenta “foi importante para encontrar amigos em idiomas que exigem mais esforço para digitar um nome completo, ou em casos onde muitas pessoas têm o mesmo nome”. “No entanto, agentes maliciosos também abusaram desses recursos para coletar informações de perfis públicos ao enviar números de telefone ou endereços de e-mail que já possuíam por meio de pesquisa e recuperação de conta. Dada a escala e a sofisticação da atividade que vimos, acreditamos que a maioria das pessoas no Facebook poderia ter tido seu perfil público afetado. Então agora desativamos esse recurso.”