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Fábricas que vendiam óleo como azeite são interditadas em SP

Fraudes foram descobertas depois de denúncia à Vigilância Sanitária

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h27 - Publicado em 25 jul 2017, 16h55
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  • A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo interditou cinco fábricas na Grande São Paulo e do litoral sul paulista, que comercializavam óleo de soja ou óleo misto como se fosse azeite de oliva virgem ou extra virgem. Essa prática induz o consumidor ao erro.

    A fraude foi descoberta depois de uma denúncia à Vigilância Sanitária sobre a empresa Olivenza Indústria de Alimentos, localizada em Mongaguá, no litoral de São Paulo. A empresa produz as marcas Torre de Quintela, Malaguenza, Olivenza, Oliveira D’ouro, Estrela da Beira e Coliseu. Segundo a secretaria, análises comprovaram que os produtos eram óleo de soja, e não azeite virgem ou extra virgem, como informava as embalagens.

    Na fábrica também foi constatado o descumprimento dos requisitos mínimos de boas práticas de fabricação de alimentos, que culminou com a interdição total do estabelecimento.

    A partir da interdição, a Vigilância Sanitária inspecionou outras cinco fábricas em São Paulo – Natura Óleos Vegetais e Alimentos, em Cajamar, Olima Indústria de Alimentos, em Itaquaquecetuba, Paladar Importação Comércio e Representação de Produtos Alimentícios e La Famiglia Alimentos, ambas de Santana do Parnaíba, e Super Via Distribuidora de Alimentos e Transportes, em Guarulhos.

    Em algumas fábricas foram constatadas o descumprimento das boas práticas de fabricação, não havia nenhum procedimento que garantisse a rastreabilidade e qualidade das matérias-primas e sequer havia equipamentos adequados para assegurar que a quantidade de mistura entre óleo e azeite era, efetivamente, a indicada nos rótulos. As unidades e seus produtos foram interditados.

    Outro agravante, segundo a secretaria, era que os estabelecimentos importavam azeite de oliva virgem do tipo lampante (impróprio para consumo), mas não havia nenhuma evidência de que providenciassem o refino antes da utilização, como manda a lei. Também se constataram casos em que o refino era feito em indústrias não licenciadas.

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    Outros produtos comercializados pelas empresas, que incluem, além dos azeites, palmitos em conserva, azeitonas, champignon molhos, geleias, frutas em calda e condimentos, também foram interditados para o consumo. Outros nove estabelecimentos produtores de azeite no Estado de São Paulo ainda serão vistoriados pela vigilância.

    Blitz

    Os técnicos da Vigilância Sanitária realizaram nesta terça-feira vistorias em supermercados e atacadistas para identificar a compatibilidade com as especificações do produto.

    Depois da blitz de hoje nos estabelecimentos comerciais, a Vigilância interditou produtos da marca espanhola Ondolina, que apresentavam inadequações nos rótulos -o produto está especificado como óleo composto. Também foram recolhidas latas da marca Qualitá para verificação dos componentes – a fábrica da empresa passou por inspeção e está em conformidade.

    O Makro informou que retirou os produtos de óleo vegetal da fabricante Olivenza das lojas e que a venda está suspensa até a correção dos rótulos. “O Makro esclarece ainda que não mantém relação comercial de exclusividade com o fabricante e, portanto, continua oferecendo opções diversificadas para seus clientes”.

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    O Carrefour afirmou que não comercializa os produtos dos fabricantes envolvidos na inspeção da Vigilância Sanitária. “Reiteramos nosso compromisso em atender as orientações dos órgãos responsáveis”.

    Já a rede Atacadão, do grupo Carrefour, também reiterou o compromisso em atender as orientações dos órgãos responsáveis. “A rede informa que não comercializa produtos dos fabricantes citados no Estado de São Paulo”.

    O Assaí afirmou que retirou das lojas os azeites da Olivenza, Natural Óleos, Olima e Paladar “até que haja apuração e regularização das unidades interditadas”.

    Extra e Pão de Açúcar também informaram que suspenderam a compra dos produtos da Paladar, até que seja feita apuração e regularização da unidade interditada.

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    Outro lado

    A Olivenza, que também é fabricante do óleo composta da marca Olivamar, informou que prestou esclarecimentos à Vigilância Sanitária sobre toda a linha de produtos. “A Olivenza hoje é a primeira empresa do mercado brasileiro a estar fabricando seus produtos em conformidade a legislação pertinente”.

    Segundo a secretaria, as fábricas da Olivenza, Natural e Olima se adequaram às regras depois da inspeção e foram desinterditadas pelo órgão paulista. Os lotes dos produtos fabricados antes das adaptações, no entanto, não voltaram ao mercado. Segundo a Secretaria de Saúde, as três empresas se comprometeram a não usar mais a palavra “azeite” nos rótulos e sim “óleo composto”.

    A Paladar afirmou que cumpre todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização dos alimentos e repudia práticas de adulteração dos produtos.

    A Natural Alimentos afirmou que desde fevereiro de 2017 não comercializa o azeite de oliva extra virgem, virgem e tipo único Lisboa. “Essa decisão foi tomada por distorções de qualidade nos produtos importados, desde então, a empresa só fabrica óleo misto”.

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    A empresa ainda disse que passou por adequações nas documentações e recebeu orientações do órgão regulador sobre o produto fabricado no final do mês de maio.

    A Super Via Distribuidora de Alimentos e Transportes confirmou que comercializa o óleo de soja em atacado. “Quanto às exigências da Vigilância Sanitária estamos nos adequando a fim de atender no prazo legal”.

    O Grupo Pão de Açúcar, proprietário da marca Qualitá, disse por meio de sua assessoria que a Secretaria da Saúde considerou a fábrica da empresa e o rótulo adequados, e que espera o resultado da análise dos produtos para se manifestar sobre o assunto.

    La Famiglia Alimentos e Ondolina não retornaram o contato até o fechamento da matéria.

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