Três dos principais líderes do Centrão disseram nesta terça-feira, 2, que os estados e municípios devem ficar fora do relatório da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. A intenção do relator, Samuel Moreira (PSDP-SP), é apresentar o voto complementar na comissão nesta terça e votá-lo na quarta, segundo o líder do Solidariedade, Augusto Coutinho (PE). Mais cedo, Moreira admitiu que talvez a melhor alternativa seja tentar incluir Estados e municípios na discussão em plenário, prevista para a próxima semana.
A reunião para a leitura do voto do relator, marcada para às 16h, ainda não havia começado até a publicação desta reportagem.
“Chegamos à conclusão de que é fundamental votar o relatório. Se não houver entendimento sobre Estados e municípios, tentamos construir até a próxima semana esse entendimento para votação em plenário”, disse Coutinho. “Ao que tudo indica, não teremos Estados e municípios no relatório da comissão”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP). “Os governadores não conseguiram garantir votos e, por isso, não serão reincluídos”, acrescentou. Segundo Sampaio, houve acordo entre as lideranças para que todos os destaques apresentados na comissão sejam retirados.
O líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), disse que a inclusão de estados e municípios no relatório da reforma da Previdência “não deve prosperar”. “Temos outras crises para administrar”, disse ele.
Sobre a intenção do PSL, que pretendia apresentar um destaque para garantir tratamento diferenciado a policiais na reforma, Sampaio disse que o partido teria assumido o compromisso de não mais apresentá-lo. Na avaliação dele, há chance “muito grande” de que a obstrução da oposição seja vencida e que o relatório seja votado amanhã.
“O compromisso assumido pelo PSL é o de não apresentar destaques ao relatório amanhã (quarta)”, disse. “A informação que nos chegou é a de que não teremos mudanças para policiais no relatório”, acrescentou. Já Arthur Lira disse que o partido pode votar a favor do destaque do PSL. “Se o PSL não abrir mão de destaque de policiais, vamos votar a favor”, disse.