Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Entenda o projeto de ‘privatização’ das praias em discussão no Senado

Projeto exclui o inciso VII do artigo 20 da Constituição, que afirma que os terrenos de marinha são de propriedade da União

Por Kaype Abreu Atualizado em 28 Maio 2024, 20h13 - Publicado em 28 Maio 2024, 17h35
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2022, que transfere a propriedade dos terrenos do litoral brasileiro – hoje sob o domínio da União – para estados, municípios e proprietários privados, causou forte debate na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta semana e vem gerando muito barulho nas redes sociais.

    O projeto, de autoria do ex-deputado Arnaldo Jordy (Cidadania-PA) e relatado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), exclui o inciso VII do artigo 20 da Constituição, que afirma que os terrenos de marinha são de propriedade da União. Para os proprietários privados, o texto prevê a transferência mediante pagamento para aqueles inscritos regularmente “no órgão de gestão do patrimônio da União até a data de publicação” da Emenda à Constituição.

    Além disso, o texto autoriza a transferência da propriedade para ocupantes “não inscritos”, “desde que a ocupação tenha ocorrido pelo menos cinco anos antes da data de publicação” da PEC.

    Ainda segundo o relatório, permanecem como propriedade da União as áreas hoje usadas pelo serviço público federal, as unidades ambientais federais e as áreas ainda não ocupadas.

    Flexibilização ambiental

    Para a presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), senadora Leila Barros (PDT-DF), na prática a proposta flexibiliza a legislação ambiental. “A extinção dos terrenos de marinha e a transferência de propriedade podem afetar a função dessas áreas na mitigação das mudanças climáticas”, afirmou durante a sessão da CCJ.

    Continua após a publicidade

    Para o Observatório do Clima, o projeto põe em risco todo o litoral, a segurança nacional, a economia das comunidades costeiras e a adaptação às mudanças climáticas. O grupo, que reúne diversas entidades de defesa do clima e do meio ambiente, diz que os terrenos de marinha são guardiões naturais contra enchentes, deslizamentos e eventos climáticos extremos.

    “Essa defesa é essencial para a nossa segurança e resiliência. Essas áreas preservam nossa biodiversidade e equilíbrio dos ecossistemas costeiros. Privatização pode trazer danos irreversíveis”, afirmou o Observatório, em nota.

    O senador Esperidião Amin (PP-SC) criticou o entendimento de que a PEC poderia privatizar as praias e permitir seu cercamento.

    Continua após a publicidade

    Ele disse que toda a legislação ambiental é federal. Segundo o senador, no entanto, há pontos na proposta que precisam de mais debate. O senador ainda afirmou que a PEC permite a descentralização e criticou o que chamou de “centralismo” de gestão e decisões.

    Relator do texto, Flávio Bolsonaro disse que a PEC pode facilitar o registro fundiário e também gerar empregos. O relator apontou que a motivação da PEC é um “sentimento municipalista”.

    “Os prefeitos conhecem mais a situação dos municípios do que nós aqui do Senado. É um fato: a PEC não privatiza praias”, afirmou.

    Aprovada em fevereiro de 2022 na Câmara dos Deputados, a PEC estava parada na comissão desde agosto de 2023.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.