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Emprego e juro baixo puxam intenção de consumo para maior nível desde 2015

Melhora de acesso ao crédito impulsionou indicador da Confederação Nacional do Comércio para melhor patamar em quase cinco anos

Por Felipe Mendes Atualizado em 17 fev 2020, 14h24 - Publicado em 17 fev 2020, 14h05
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  • A confiança das famílias na economia ensaia uma retomada. Um dos principais termômetros dos lares no país, o indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 99,3 pontos em fevereiro – é o maior nível desde abril de 2015, quando o valor registrado foi de 102,9 pontos.

    Os fatores que explicam o clima de otimismo nas famílias são a redução do índice de desemprego, os cortes recentes na taxa de juros e a melhora no crédito – a percepção de acesso ao crédito foi o componente do indicador que mais cresceu para o mês, registrando 95,4 pontos, maior patamar desde maio de 2015.

    “Temos visto uma redução no índice de desemprego, o que faz com que as pessoas fiquem menos receosas com seus trabalhos”, diz Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC. “Isso faz com que elas tenham mais confiança para gastar e usar o cartão de crédito”, complementa.

    Apesar do avanço considerável, o índice ainda se manteve abaixo da linha dos 100 pontos, que separa satisfação de pessimismo. Em 2019, a melhor pontuação do indicador foi, também, em fevereiro, quando alcançou a marca de 98,5 pontos. Problemas como a demora para a concretização das reformas estruturais do governo e o desemprego em alta fizeram com que o indicador perdesse força no primeiro semestre do ano.

    “Em 2019, a atividade econômica estava iniciando um processo de recuperação, com o PIB e o índice de emprego melhorando somente no segundo semestre. Haviam várias incertezas. Para este ano, as projeções são mais positivas. A nossa expectativa é que o PIB seja o dobro do que foi em 2019”, diz Catarina.

    O pior componente registrado pelo indicador em fevereiro foi o de consumo de bens duráveis, com 79,3 pontos, queda de 5,4% em relação ao mês de dezembro. Esse componente avalia a perspectiva de compra de produtos como automóveis, eletrodomésticos, móveis etc. “Foi a única queda dentre os subíndices para o mês. Apesar de não estar perto do nível de satisfação, é um componente que tem demonstrado melhora”, afirma a economista.

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