As fabricantes de aviões Embraer e Boeing chegaram a um acordo para a criação de uma joint venture (um empreendimento conjunto) que visa ao desenvolvimento e à comercialização de aeronaves para a aviação comercial. De acordo com o comunicado emitido nesta segunda-feira, 17, pela Embraer, falta apenas a anuência do governo brasileiro para que o negócio seja selado.
Segundo o comunicado, a Boeing pagará à Embraer 4,2 bilhões de dólares (equivalentes a 16,4 bilhões de reais na cotação de hoje) por 80% de seu negócio de aviação comercial. Esse segmento, uma das quatro linhas de negócio da companhia brasileira, será desmembrado e integrará a nova joint venture, da qual a Embraer ficará com 20%. Com base no valor pago pela Boeing, o negócio de aviação comercial da Embraer foi avaliado em 5,26 bilhões de dólares (20,5 bilhões de reais, no câmbio desta segunda-feira). As sinergias — ganhos de operação — devem somar anualmente 150 milhões de dólares (588,2 milhões de reais em valores estimados nesta segunda-feira).
“A Boeing e a Embraer possuem um relacionamento estreito graças a mais de duas décadas de colaboração. O respeito mútuo e o valor que enxergamos nesta parceria só aumentaram desde que iniciamos discussões conjuntas no começo deste ano”, disse Dennis Muilenburg, presidente do conselho de administração, presidente e CEO da Boeing.
“Estamos confiantes que esta parceria será de grande valor para o Brasil e para a indústria aeroespacial brasileira como um todo. Esta aliança fortalecerá ambas as empresas no mercado global e está alinhada à nossa estratégia de crescimento sustentável de longo prazo”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente e CEO da Embraer.
Além da aviação comercial, as empresas também chegaram a um acordo sobre os termos de uma segunda joint venture, para promover e desenvolver novos mercados para o supercargueiro KC-390. De acordo com a parceria proposta, a Embraer deterá 51% de participação na joint venture e a Boeing, os 49% restantes. Nesse caso, a Boeing não participará do desenvolvimento da aeronave, apenas da comercialização dela.
Segundo a Embraer, “a transação está sujeita à aprovação do governo brasileiro, ratificação pelo conselho de administração da Embraer e autorização deste para assinatura dos documentos definitivos da transação”, disse, em nota. “Após a celebração dos documentos definitivos pelas partes, a parceria estratégica será submetida à aprovação dos acionistas, das autoridades regulatórias, bem como de outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo. Caso as aprovações ocorram no tempo previsto, a expectativa é que a negociação seja concluída até o final de 2019”.