Em semana de Copom, mercado volta a subir projeção da inflação e vê PIB perto dos 3%
Boletim Focus aponta um cenário de desancoragem do IPCA e atividade econômica mais forte, que deve levar o Banco Central a subir juros
Os analistas consultados pelo Banco Central subiram, pela nona semana consecutiva, a projeção para a inflação em 2024. De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 16, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 4,35%, acima dos 4,30% projetados na semana passada e dos 4,22% há um mês.
O indicador ficou ainda mais próximo do teto da meta, que é de 4,5% neste ano. Para 2025, o mercado também revisou a estimativa de inflação para cima: de 3,92% para 3,95%. O centro da meta é o mesmo deste ano, de 3%, com o teto em 4,5%. As revisões para cima do IPCA mostram a desancoragem das expectativas acima do centro da meta. Esse cenário deve levar o Banco Central a subir a taxa básica de juros da economia, a Selic, na reunião marcada para esta semana. Os analistas estimam que a Selic encerre o ano em 11,25%, indicando mais 0,75 ponto de ajuste.
Na quarta-feira, o BC deve anunciar um ajuste na taxa, hoje em 10,5%, conforme mostra reportagem de VEJA desta semana. Apesar da deflação registrada pelo IPCA em agosto, o aquecimento da economia, puxado pela robustez do mercado de trabalho e da renda, deve levar ao aumento de juros, para que a inflação não fuja muito mais da meta.
Para o PIB, o Focus subiu a projeção de 2,68% para 2,96%. A revisão, abaixo da prevista pelo governo (3,2%), indica a força da economia, que demonstrou bons dados no primeiro semestre e, neste segundo, tem alta na atividade de serviços, a maior do PIB.