A Oi entrou com novo pedido de recuperação judicial, no início de março, e a dívida não para de crescer. A empresa de telecomunicação apresentou lista de credores retificada, indicando aumento de 655,5 milhões de reais em seu passivo em relação ao valor indicado anteriormente. O passivo passou de 43,7 bilhões para 44,3 bilhões de reais.
A maior parte deste montante (43,2 bilhões de reais) é de quirografários, ou seja, de credores que não têm prioridade e só receberão após os demais. O passivo trabalhista alcança o valor de 1 bilhão de reais e estes contam com prioridade no recebimento. O restante, menos de 100 milhões de reais, diz respeito a dívidas com micro e pequenas empresas. A Justiça agora abrirá prazo para os credores divergirem do valor apresentado ou habilitarem novos créditos.
Trata-se do segundo pedido de recuperação judicial da Oi, menos de três meses após o anúncio do fim da primeira recuperação judicial da companhia. A empresa tem ainda cerca de 30 dias para apresentar um plano de recuperação consolidado.
Segundo a companhia, fatores levaram a essa nova crise como a demora no fechamento de venda de ativos devido a “entraves regulatórios e concorrenciais e da complexidade da operação”; disputa pelo preço da Oi Móvel com a Claro, TIM e Vivo; “demora no processo de adaptação das concessões”; e mesmo efeitos da pandemia. Por outro lado, a companhia afirma que a primeira RJ foi um “inquestionável sucesso”, e cita ter reduzido dívida financeira bruta em 30%, enquanto obteve receita líquida “em patamar elevado”.