O dólar está em alta nesta segunda-feira. Às 13h50, a moeda era cotada a 3,64 reais, alta de 0,97%. A disparada foi pressionada pela divulgação da última pesquisa eleitoral, que mostra o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) na liderança nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com pesquisa MDA, divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), Bolsonaro é seguido pela ex-senadora Marina Silva (Rede) e pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que registraram, respectivamente, 11,2% e 9,0% das intenções de voto. Quase no limite da margem, de 2,2% para mais ou para menos, aparece o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano caiu mais de três pontos em relação ao levantamento de março – eram 8,6%, agora são 5,3%.
“O mercado refuta o Bolsonaro, mas a perspectiva é dele se manter com 20% das intenções de voto e a pequisa evidencia isso. A preocupação principal é saber quem será o nome que vai competir com ele no segundo turno. Não vemos um candidato reformista ganhando espaço nas pesquisas”, comenta o gerente de câmbio da Treviso, Reginaldo Galhardo.
De acordo com a pesquisa, Marina Silva, tem o maior potencial de ampliação de votos: 33,1% dos entrevistados declararam que ela é uma candidata em que poderiam votar. Neste quesito, a ex-senadora é seguida por Ciro Gomes, pré-candidato do PDT, que tem 31,7% de “poderia votar”. A diferença entre os dois é que Ciro tem uma menor rejeição (46,4% não votaria nele de jeito nenhum; um dos menores índices) do que Marina (56,5%).
“Ciro e Marina ganharam força nesta pesquisa e um deles estaria no segundo turno. Para o mercado, este não é o melhor cenário e isso pressiona a moeda”, diz Galhardo.
De acordo com ele, para segurar a disparada da moeda, seria necessário que um candidato de centro ganhasse destaque entre os que têm mais intenção de voto, mas isso não está acontecendo.
“O governador Geraldo Alckmin que tem a simpatia do mercado não decola nas pesquisas e já se fala, inclusive, em mudança de candidato no partido. Enquanto houver essa indefinição política e candidatos sem comprometimento com as reformas liderando as pesquisas, a tendência é que a moeda seguirá em alta”, considera o analista.
Do ponto de vista externo, questões como o aumento dos juros nos Estados Unidos e a disputa comercial com a China também contribuem para descompensar a taxa. “Mas hoje o principal motivo é a pesquisa eleitoral”, finaliza Galhardo.