O mercado financeiro operou com significativa volatilidade nesta quarta-feira, 18, em meio à chamada superquarta, quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos anunciam suas decisões sobre as taxas de juros. Embora a expectativa de um corte nos juros americanos estivesse amplamente precificada, assim como uma possível elevação da Selic, a incerteza sobre a magnitude dessas movimentações manteve os investidores em estado de alerta. No fim do pregão, o Ibovespa, principal índice da B3, recuou 0,90%, encerrando aos 133.747,69 pontos.
A volatilidade foi marcada pela reação imediata ao anúncio do Federal Reserve (Fed), que surpreendeu o mercado com um corte mais agressivo de 0,5 ponto percentual, na tentativa de impulsionar a economia americana. Inicialmente, essa medida animou o mercado brasileiro, que viu o Ibovespa subir momentaneamente, impulsionado pela expectativa de maior liquidez global e fluxo de capitais para mercados emergentes. Contudo, o entusiasmo se dissipou rapidamente com a aproximação da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, prevista para ser divulgada após o fechamento do mercado.
A repercussão se refletiu também no câmbio. O dólar, que chegou a flertar com os R$ 5,70 na semana anterior, cedeu após o anúncio do Fed e fechou o dia cotado a R$ 5,46. A redução nos juros americanos tende a enfraquecer o dólar globalmente, incentivando a migração de capital para economias que oferecem rendimentos mais atrativos, como o Brasil.
Apesar do alívio no câmbio, o Ibovespa continuou pressionado pela cautela em torno da política monetária brasileira e pelo desempenho negativo das bolsas americanas, que também refletiram as preocupações com os efeitos de um ciclo de cortes de juros mais acentuado nos Estados Unidos. Adicionalmente, as ações da Petrobras pesaram sobre o índice, recuando após rumores de que a empresa poderia reduzir os preços dos combustíveis. Embora a Petrobras tenha negado tal ajuste, o clima de incerteza pairou sobre o mercado, contribuindo para o desempenho fraco do índice.
A expectativa agora se volta para a decisão do Copom, que pode definir o rumo dos mercados nos próximos dias. Dependendo da magnitude da elevação da Selic, o Brasil poderá se consolidar como um dos destinos mais atrativos para o capital internacional, à medida que os investidores buscam retornos mais elevados em um cenário global de juros em queda.