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Dólar dispara e vai a R$ 4,50 com temor de expansão do coronavírus

Moeda abre em alta pelo sétimo dia consecutivo e bolsa registra queda de 2%; investidores temem danos que poderão ser causados pelo surto na economia global

Por Alessandra Kianek Atualizado em 27 fev 2020, 11h45 - Publicado em 27 fev 2020, 10h32
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  • Em meio a temores de expansão do coronavírus, o mercado financeiro brasileiro amanheceu tenso. O dólar abriu esta quinta-feira, 27, em alta e já renovou, mais uma vez, a sua cotação máxima histórica. Às 11h45, a moeda era negociada, em média, a 4,50 reais para a venda – é a primeira vez que o dólar atinge esse valor no intraday e é a sétima sessão consecutiva de alta. Na véspera, a divisa americana havia subido 1,2%, e fechado a 4,4441 reais na venda, na máxima recorde para fechamento. O dólar já acumula valorização de 3,7% neste mês e de 10,8% neste ano.

    Após o tombo de 7% da quarta-feira, a bolsa brasileira abriu em nova queda, de quase 2%. O Ibovespa, principal índice acionário do país, era negociado às 11h30 ao redor dos 103,6 mil pontos, puxado pela retração dos papéis da Petrobras e da Vale. A bolsa acumula queda de 9% neste ano.

    O impacto do coronavírus continua sendo uma incógnita e uma ameaça à economia global. Os índices futuros nas bolsas de Nova York abriram em queda superior a 1,5%, após a notícia de que os Estados Unidos confirmaram o primeiro caso de coronavírus de origem desconhecida no norte da Califórnia. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças não sabe como o paciente contraiu o vírus, indicando possível “disseminação comunitária” – aquela em que casos são detectados em uma comunidade, mas a origem das infecções é desconhecida. O comentário do presidente americano Donald Trump de que o surto pode se tornar “muito pior” ajudou a azedar o quadro.

    A Microsoft se juntou a outras empresas que revisaram para baixo as projeções de receita para o primeiro trimestre. Consultorias e bancos cortaram as suas estimativas de crescimento econômico para o período, informando que uma pandemia severa pode ser tão ruim como uma crise financeira. Analistas já veem possibilidade de um novo corte do juros nos Estados Unidos, embora alguns especialistas tenham advertido para a capacidade limitada da política monetária no combate a uma pandemia.

    O Banco Central já realizou um leilão extraordinário de swap cambial nesta quinta-feira. Foram ofertados 20 mil contratos que equivalem a 1 bilhão de dólares. É o segundo dia consecutivo de oferta por parte da autoridade monetária. Na quarta-feira, 26, o BC já havia realizado um leilão de contratos de swap cambial que totalizou 550 milhões de dólares (equivalente a 2,22 bilhões de reais). As iniciativas se mostraram falhas na tentativa de manter a moeda americana abaixo de 4,40 reais.

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    Com a rápida propagação do coronavírus fora da China e com os possíveis efeitos da epidemia no crescimento da economia global, as principais bolsas asiáticas fecharam essa quinta-feira em queda. No Japão, o índice Nikkei caiu 2,13%, no seu menor patamar em mais de quatro meses, enquanto na Coreia do Sul a queda foi de 1,05%.

    Segundo a Organização Mundial de Saúde, o coronavírus já infectou 81.109 pessoas, causando 2.762 mortes em todo o planeta. A China concentra a maioria dos casos, mas a disseminação da doença ganhou força em outros países, principalmente na Coreia do Sul, na Itália, no Irã, e agora chegou ao Brasil.

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