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Discurso do Fed anima a bolsa e derruba o dólar

Desde 6 de agosto, o principal índice da B3 registrou 12 sessões consecutivas de alta, com apenas duas interrupções, acumulando uma valorização de 9% no período

Por Luana Zanobia Atualizado em 23 ago 2024, 17h28 - Publicado em 23 ago 2024, 17h27
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  • O Ibovespa retomou o vigor nesta sexta-feira, 23, avançando para 135,8 mil pontos, após ficar no vermelho na quinta-feira, 22. Desde 6 de agosto, o principal índice da B3 registrou 12 sessões consecutivas de alta, com apenas duas interrupções, acumulando uma valorização de 9% no período.

    Esse movimento reflete o otimismo em torno da flexibilização da política monetária dos Estados Unidos, onde o Federal Reserve (Fed) sinaliza corte de juros na próxima reunião, em setembro.

    Com as taxas de juros americanas mantidas entre 5,25% e 5,50%—o nível mais alto em mais de duas décadas—os investidores começaram a antecipar uma mudança de postura, que começa a aliviar as pressões sobre os mercados emergentes.

    Nos últimos meses, o dólar flertou com a marca de R$ 6, impulsionado tanto pelas incertezas fiscais no Brasil quanto pelo diferencial de juros entre os dois países. Enquanto o Brasil iniciava um ciclo de cortes na Selic, o alto retorno dos títulos americanos desencadeou uma fuga de capital dos mercados emergentes, incluindo o Brasil, em busca de ativos mais seguros e lucrativos nos EUA.

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    Agora, porém, o cenário começa a se reverter. O dólar caiu mais de 1% nesta sexta-feira, sendo cotado a R$ 5,50, após o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, elevar as expectativas de um corte de juros mais agressivo—possivelmente de 0,50 ponto percentual—reduzindo a atratividade dos Estados Unidos frente ao Brasil, onde especula-se a necessidade de elevação da Selic. “Essa perspectiva aliviou a pressão sobre os mercados emergentes, fortalecendo suas moedas e reduzindo as taxas de juros futuras. Além disso, na minha visão, a percepção de que a economia americana pode ter um “pouso suave”, com desaceleração controlada e inflação sob controle, contribui para esse movimento de queda nos juros futuros e no dólar”, avalia Christian Iarussi,  sócio da The Hill Capital.

    No mercado de commodities, os contratos de petróleo registraram uma alta superior a 2%, impulsionando as ações da Petrobras, que se beneficiam diretamente da recuperação dos preços internacionais do petróleo. “As maiores altas no Ibovespa foram sustentadas pela valorização das ações de bancos e petroleiras, impulsionadas pela queda dos juros futuros e pelo otimismo gerado pela possível redução dos juros nos EUA”, diz  Iarussi.

    As maiores quedas do Ibovespa são explicadas pela desvalorização do minério de ferro, que impactou negativamente as ações da Vale, e pela queda do dólar, que pressionou as ações das empresas exportadoras de carne, como JBS e BRF.  “A Vale, por exemplo, caiu devido ao fraco crescimento econômico da China e à falta de sinais de recuperação no setor imobiliário chinês”, explica Iarussi.

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