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Desigualdade para de cair no Brasil pela 1ª vez em 15 anos, diz Oxfam

Organização aponta queda na renda dos brasileiros mais pobres entre 2016 e 2017

Por Redação
Atualizado em 26 nov 2018, 16h02 - Publicado em 26 nov 2018, 09h17
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  • Depois de 15 anos, a desigualdade no Brasil parou de diminuir, segundo relatório da organização não-governamental Oxfam publicado nesta segunda-feira, 26. O país, com isso, piorou sua posição no ranking global de desigualdade. Agora, é o nono pior.

    Segundo a Oxfam, “o Brasil, pela primeira vez durante anos, vê sua distribuição de renda estacionar. A pobreza no país recrudesceu e teve fim a dinâmica de convergência entre a renda de mulheres e homens – o primeiro recuo em 23 anos”.

    Isso, segundo a ONG, fez o índice Gini, ficar inalterado em 0,549 entre os anos de 2016 e 2017. Isso “contrasta com os 15 anos anteriores nos quais sempre houve alguma queda em relação ao ano anterior”, diz o relatório.

    “Considerando somente a população maior de 20 anos com algum rendimento, fica evidente que a base da pirâmide perdeu mais, com destaque para o decil mais pobre. No caso dos rendimentos de todos os trabalhos, a perda entre 2016 e 2017 foi de mais de 11% para os 10% mais pobres, caindo para 9% quando considerados todos os decis de rendimentos”, explica a Oxfam.

    Já “os 10% de brasileiros mais ricos com alguma renda viram um crescimento de quase 6% em seus rendimentos do trabalho, e de 2% se considerados todas as rendas no mesmo período”, destaca.

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    O relatório, que recebeu o nome de “País Estagnado”, ressalta que o Brasil parou na 79ª posição, entre 2016 e 2017, no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas. Segundo a ONG, a piora da renda do brasileiro foi o que mais pesou para isso. Este é apenas o segundo ano de publicação do relatório.

    Outros destaques

    A Oxfam destacou que há 15 milhões de pobres no país, segundo os critérios do Banco Mundial. Isso significa que 7,2% da população sobrevive com menos de 1,9 dólar por dia. “Esse é o terceiro ano seguido que essa taxa cresce, tendência iniciada em 2015.” Sob o critério que estabelece que pobre é quem vive com menos de 5,5 dólares por dia, o Brasil teria 45 milhões nessa situação, aproximadamente 22% da população.

    Além da piora no índice Gini e do aumento da pobreza, o relatório destaca outras notícias ruins. Houve regressão na equiparação de renda entre mulheres e homens e de renda entre negros e brancos, além do aumento da mortalidade infantil.

    “Em resumo, 2017 foi um ano de péssimas notícias para a redução das desigualdades no país, com a aparente consolidação de um recuo histórico.”

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