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Desemprego sobe para 4,3% nos EUA e aumenta apostas em cortes de juros

País criou 114.000 empregos em julho, pior número desde a pandemia. Fed deve se atentar à desaceleração da economia, dizem analistas

Por Camila Barros Atualizado em 2 ago 2024, 12h11 - Publicado em 2 ago 2024, 11h58
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  • A taxa de desemprego nos Estados Unidos subiu para 4,3% em julho, informou o Departamento de Estatística americano nesta sexta-feira, 2. O resultado veio acima das expectativas dos economistas, que projetavam a manutenção dos 4,1% registrados em junho. O número de desempregados nos Estados Unidos vem em uma crescente pelo quarto mês consecutivo.

    O relatório Payroll, com os principais dados do mercado de trabalho americano, indicou a criação de 114.000 empregos em julho, desconsiderando o setor agrícola. Trata-se do menor resultado desde dezembro de 2020, durante o auge da pandemia de Covid-19.

    Durante a semana, dados do Jolts e do ADP, outros dois indicadores do mercado de trabalho americano, ajudaram a confirmar a tendência de desaceleração dos empregos.

    Cortes à vista

    Os números divulgados hoje ajudaram a sustentar a expectativa de que o Fed inicie seu ciclo de cortes de juros na próxima reunião.

    “Nossa perspectiva é de que, se os dados continuarem nessa trajetória, o ciclo de cortes de juros pode começar na reunião de setembro, antecipando nossa previsão para o quarto trimestre”, disse Gustavo Sung, economista-chefe Suno Research.

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    O ciclo de aperto monetário do país começou em março de 2022, retirando a taxa de juros dos 0% pela primeira vez desde abril de 2020. Desde julho de 2023, a taxa de referência se encontra no patamar de 5,5%, o maior em 23 anos.

    Alta dos juros é a principal ferramenta dos Bancos Centrais para combater a inflação, já que encarece o crédito e drena o dinheiro em circulação na economia. Com o aperto monetário, o país conseguiu reduzir sua inflação de 9,1% em junho de 2022 para os atuais 3%.

    A meta do Fed é conduzi-la para os 2%. A instituição, no entanto, segue o chamado duplo mandado: ao mesmo tempo em que precisa controlar a inflação, deve buscar condições que favoreçam a criação de empregos.

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    Segundo José Alfaix, analista da Rio Bravo, o resultado do Payroll coloca peso sobre o segundo lado desta balança. “Por mais que a economia americana ainda se mostre robusta, o Banco Central americano deve se atentar à velocidade dessa desaceleração, para que não vejamos efeitos colaterais não desejados do aperto monetário”, acrescenta o analista.

    Depois da divulgação do relatório, o mercado passou a apostar numa queda de juros maior do que o esperado para este ano. Agora, 68,5% dos agentes de mercado enxergam uma queda de 0,50% na próxima reunião, contra 22% um dia antes. Outros 31,5% apostam em uma redução menor, de 0,25% – ontem, eram 78%. Os dados são da ferramenta em tempo real FedWatch.

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    “A atual taxa de juros está fazendo um efeito mais amplo do que o mercado esperava e surge o risco até mesmo de uma recessão nos Estados Unidos”, diz Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus.

     

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