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Desemprego pode recolocar Brasil no mapa da fome, diz ONU

Diretor-geral da FAO avalia que piora no mercado de trabalho pode fazer com que até 3,6 milhões de pessoas voltem a ficar abaixo da linha da pobreza

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h14 - Publicado em 6 nov 2017, 11h29
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  • O diretor-geral da FAO, José Graziano
    O diretor-geral da FAO, José Graziano (Wilson Dias/Agência Brasil)

    A piora na economia pode fazer com que o Brasil volte a aparecer no mapa da fome da ONU, após ter saído desse registro em 2014. A avaliação é do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano, em entrevista ao site UOL. O levantamento da instituição indica os países em que pelo menos 5% da população não ingerem a quantidade de alimentos necessária para se manter saudável.

    “Se o Brasil não conseguir retomar o crescimento econômico, gerar empregos de qualidade e ter um programa de segurança alimentar voltado especificamente para as zonas mais deprimidas, nós podemos, infelizmente, voltar a fazer parte do Mapa da Fome da FAO”, disse o diretor. O executivo brasileiro foi um dos responsáveis pela implementação do programa Fome Zero, no início do primeiro governo Lula. Ele foi reeleito para comandar a FAO em 2015.

    Segundo Graziano, existe no país uma população de 2,5 a 3,6 milhões de pessoas que não conseguiu vencer definitivamente a pobreza extrema. Desse modo, quando as condições do mercado de trabalho pioram – por exemplo, no caso de uma safra ruim, que demanda menos mão de 0bra – o desemprego aumenta e essas pessoas voltam a ficar abaixo do limite mínimo.   As pessoas que estão abaixo dessa linha normalmente são os desempregados, são os que fazem trabalhos aqui e ali, sem ocupação formal, são os que têm uma família numerosa e vivem em uma região muito pobre”, diz.

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    Graziano avalia que o perfil mais comum de pessoas que passam fome no país são mulheres de meia-idade, com vários filhos, moradora do meio rural, cuja família foi abandonada pelo marido. Sem o auxílio de programas sociais, as dificuldades impedem que tanto ela quanto seus filhos abandonem essa condição. “Então, por mais deficiências que possam ter programas de transferência de renda – e que geralmente não têm, pois são facilmente corrigidos -, não se justifica deixar sem um mínimo atendimento pessoas que não têm condições de ter acesso à alimentação”, afirma.

    Segundo ele, o orgulho de ter seu país fora do mapa da fome “não tem preço”, e ninguém deseja ter esse tipo de problema, embora muitas vezes ele seja ocultado. Para Graziano, o maior problema não é a produção de alimentos, exceto em poucos locais, mas a distribuição. “A questão passa necessariamente pelo acesso: as pessoas não possuem renda suficiente para ter uma alimentação saudável e de qualidade”, diz.

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