O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, afirmou que a convocação de uma nova greve dos caminhoneiros se trata de “fake news”. Segundo Crispim, entidades e lideranças representantes da categoria, afirmam que não existe movimento de paralisação ou de obstrução de rodovias.
Segundo balanço divulgado às 15h30 pela Polícia Rodoviária Federal, há 10 pontos de bloqueios de rodovias pelo país neste sábado e 21 interdições. A interrupção de fluxo ocorre em rodovias do Mato Grosso (8) e Pará (2). Nas redes sociais, caminhoneiros bolsonaristas e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgam mensagens convocando para um novo movimento de bloqueio de estradas em resposta a decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que bloqueou contas bancárias de 43 empresários bolsonaristas por suspeitas de financiamento dos atos antidemocráticos.
Após a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais no dia 30 de outubro, manifestantes contrários ao resultado passaram a bloquear estradas brasileiras pedindo intervenção do exército e fechamento do Supremo Tribunal Federal, além de outras demandas antidemocráticas. Os atos perderam força após quatro dias, mas desde então, há pontos de concentração próximo a quarteis. Após a decisão de Moraes, na última quinta-feira, manifestantes pró-bolsonaro voltaram a convocar paralisação dos caminhoneiros.
As mensagens de bolsonaristas nas redes sociais falam em repetir a paralisação de 2018, que na época, paralisou estradas de todo o país por 10 dias contra os preços do diesel e pedindo melhores condições de trabalho para categoria. A greve teve consequências econômcias para o PIB e repique de inflação. Só o comércio varejista perdeu quase 2 bilhões de reais com as manifestações passadas. “A categoria aceita de forma democrática o resultado das eleições e não tem nada a contrapor quanto à segurança das urnas eletrônicas”, afirma Crispim, que foi novamente candidato em 2022, mas não foi eleito.
“A Frente Parlamentar dos Caminhoneiros condena veementemente o uso indevido do nome da categoria por meios de comunicação e jornalistas tendenciosos de extrema direita apoiadores declarados do candidato que perdeu as eleições dia 30 de outubro para intimidar o povo brasileiro como se caminhoneiro fosse bucha de canhão para pregar ódio e desobediência civil como ocorrido em sete de setembro de 2021”, disse, em nota.