O mercado não sentiu os impactos da demissão do ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy. Em dia morno, o dólar fechou nesta segunda-feira, 17, em alta de 0,03%, cotado a R$ 3,90 na venda. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em leve queda de 0,43%, aos 97.623 pontos.
A saída de Levy, no domingo, após ameaças públicas de demissão pelo presidente Jair Bolsonaro, não teve influências significativas nos pregões. Segundo Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset, como o pedido de demissão ocorreu em um dia que as bolsas não operam, o impacto foi minimizado. Além disso, nesta segunda-feira, 17, já circulavam no mercado alguns nomes muito bem vistos pelos investidores para substituir Levy, como o de Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e responsável pelo Plano Real.
De acordo com Spyer, os investidores não viram na saída do ministro uma ameaça à reforma da Previdência, principal pauta para o mercado atualmente. Mesmo com as críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao modo como ocorreu a demissão, o mercado considera que a reforma foi preservada. A discussão do parecer do relator da reforma da Comissão Especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), começa na terça-feira, 18. Apesar disso, o projeto só deve ser votado na semana que vem.
Além da tramitação da reforma da Previdência, os investidores também estão na expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, na quarta-feira, sobre manter ou não a taxa básica de juros do país, a Selic. “O mercado espera uma postura sinalizando corte de juros do Copom”, analisa Spyer. No mesmo dia, o Federal Reserve (Fed, o BC estadunidense) também se reúne para definir sua taxa de juros.