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De pão francês a papel higiênico – alta do dólar já pesa nos preços

Escalada da moeda americana alcançou mais de 20% neste ano e pressão nos custos já é repassada ao consumidor

Por Ana Paula Machado
Atualizado em 4 jun 2024, 17h33 - Publicado em 25 ago 2018, 09h31
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  • Supermercado no Rio de Janeiro
    Supermercado no Rio de Janeiro (André Vieira/Bloomberg/VEJA)

    O dólar no patamar de 4 reais não aterroriza somente os planos de quem tem viagem marcada para o exterior. A disparada deve impactar o bolso do brasileiro. Preços de massas, pães, produtos de higiene pessoal e limpeza serão reajustados para compensar essa elevação. A explicação está no fato desses produtos usarem muitos insumos importados e por isso ficarem sujeitos ao sobe e desce da moeda americana.

    “A indústria já começa a repassar o aumento dos custos ao varejo, que deve transferir parte desse aumento ao consumidor”, disse o economista da Associação Paulista de Supermercados (Apas) Thiago Berka.

    Um exemplo é o preço do pacote do papel higiênico branco com quatro unidades. Com o aumento da tonelada da celulose, que é um dos insumos do produto e tem seu preço em dólar, as notas dos fabricante para os supermercados já mostram uma elevação de até 20%. “O aumento para o consumidor, no entanto, foi de 7%, isso na primeira semana de agosto, quando o dólar estava a 3,70 reais. Agora, a mais de 4 reais, vai ser difícil segurar esse repasse”. Em agosto, a moeda americana se valorizou 8,60%. No ano, a disparada supera 23%.

    O brasileiro também deve sentir o aumento no preço do pão francês no final deste mês. Um dos principais insumos do pãozinho é a farinha de trigo – o país importa 50% do que consome desse item. “Esse é um produto em que o repasse acontece mais rapidamente. Até julho, o pãozinho ficou 3% mais caro nos supermercados. Em agosto, já observamos uma apreciação também”, conta o economista.

     

    Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), caso persista a tendência de alta da moeda americana, além do pão e gasolina, cujos reajustes consideram a cotação do petróleo no mercado internacional, outros itens devem ter aumento de preços e pesar no bolso do consumidor. É o caso do azeite, vinhos e peixes, como o bacalhau e salmão, eletroeletrônicos e as viagens internacionais também serão afetados.

    O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), Cláudio Zanão, culpa o dólar pelo aumento de custo dos fabricantes do setor. “Na produção de biscoitos, o trigo representa 30% dos insumos e na fabricação de pães industrializados e massas, de 60% a 70%. Com o dólar a esse preço, acredito que os repasses ao varejo acontecerão até setembro. Vai depender do nível de estoque de trigo de cada empresa e de quanto ela está disposta a ver suas vendas caírem”, disse Zanão.

    Segundo ele, as vendas de biscoitos, macarrão e pães industrializados caíram 3% no primeiro semestre na comparação com igual período de 2017 – tendência que ele diz acreditar que permaneça até o final do ano. “Quem pode suportar o aumento dos custos vai segurar os preços para não perder participação de mercado. Mas essa não é a realidade da maioria das empresas do setor que, além de serem pequenas ou médias, são regionais”, ressaltou.

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    O consumidor deve se preparar para esses aumentos de preços por um bom tempo, segundo João Luiz Mascolo, professor de economia do Insper. “O dólar a 4 reais vai permanecer por uns dois meses, e as empresas vão acabar repassando a elevação de custos para os preços, principalmente aquelas que não têm políticas de proteção cambial, os hedges. Elas ficam contanto com a sorte”, alertou o professor.

     

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