Os investidores aguardam ansiosamente a divulgação dos próximos resultados da companhia de viagens CVC, que acontecerá no próximo dia 12. Recentemente, um pente-fino realizado nos balanços fiscais dos últimos anos identificou uma anomalia na receita líquida de vendas da companhia entre 2015 e 2019, com impacto acumulado da ordem de pelo menos 250 milhões de reais. Uma auditoria independente foi contratada pela empresa para averiguar o tamanho real do rombo.
Em fato relevante, a empresa afirma que “caso venham a ser confirmados, esses erros poderão ensejar a necessidade de ajustes contábeis significativos nos resultados reportados pela companhia”. A situação não foi muito bem digerida pelos acionistas. O resultado disso foi que os papéis da companhia despencaram na bolsa. Se em 28 de fevereiro, a ação ordinária da empresa custava 25,44 reais, nesta quinta-feira, 5, sucumbe para menos de 19 reais. A desvalorização para o período é de quase 24%.
O problema nos balanços derrubou o presidente executivo da companhia, Luiz Fogaça, que apresentou pedido de renúncia na quinta-feira. O conselho da companhia aprovou a indicação de Leonel Andrade para substituí-lo. Andrade foi presidente da Smiles, gestora de programas de fidelidade da Gol, da financeira Losango e da bandeira de cartões Credicard.
Os papéis da CVC já estavam pressionados antes da divulgação do fato relevante com as informações preliminares. A empresa tem sofrido com os impactos gerados pelo novo coronavírus (covid-19) mundo afora. Com a disseminação da doença pelos principais países da Europa e pelos Estados Unidos, o valor de mercado de empresas que dependem do turismo está sendo dissolvido. Resta ver se o coronavírus impedirá que voos mais altos sejam alçados.