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Ministro do Trabalho culpa BC por desaceleração de empregos formais

"Se fosse uma empresa privada, seguramente o presidente do Banco Central teria sido demitido", diz o ministro do Trabalho ao criticar juros

Por Larissa Quintino Atualizado em 29 jun 2023, 15h26 - Publicado em 29 jun 2023, 12h28
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  • O Brasil abriu 155.277 vagas com carteira assinada em maio, resultado de 2.000.202 admissões e de 1.844.932 desligamentos. Apesar de positivo, é o terceiro mês consecutivo de desaceleração dos resultados. Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, há uma frustração na criação de vagas diretamente relacionada às taxas de juros praticadas pelo Banco Central.

    Durante a divulgação do Caged de maio, nesta quinta-feira, 29, o ministro do Trabalho subiu o tom contra o Banco Central e afirmou que, se o BC fosse uma instituição privada, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, já teria sido demitido “por não cumprir suas obrigações”. Segundo Marinho, a desaceleração na abertura de postos de trabalho se relaciona diretamente com a persistência dos juros altos. “É flagrante o que leva a esse processo, é a ausência de crédito. E isso está vinculado diretamente aos juros praticados. Eu responsabilizo as autoridades que teriam que ter começado um processo de redução de juros no país”, criticou o ministro.  Segundo Marinho, a expectativa era a abertura de 180 mil vagas formais em maio, em linha com o resultado de abril.

    Segundo Marinho, o Ministério do Trabalho está otimista com o ritmo do mercado de trabalho até o fim do ano, devido a anúncios de investimentos e políticas públicas -– sem detalhar quais. Mas reforçou o tom contra o Banco Central. A Selic está em 13,75% ao ano, patamar que se mantém desde agosto do ano passado.

    Assim como Lula, Marinho defende a convocação de Campos Neto ao Senado, para explicar sobre a política monetária. “Precisa-se observar indicadores de emprego, e isso não está sendo feito”, disse.

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    Emprego

    De janeiro a maio, o saldo de empregos gerado no país é de 865.360 vagas, resultado de 9.968.329 admissões e 9.102.969 desligamentos. O estoque de emprego, que é a quantidade total de vínculos CLT ativos, é de 43.309.785 em maio, alta de 0,36% em relação ao estoque do mês anterior.

    No mês, o setor de serviços manteve a dianteira de maior gerador de empregos, com 83.915 vagas. Houve abertura de 8.429 na indústria; 27.958 na construção civil; 15.412 no comércio; e 19.559 na agropecuária.

    O salário médio de admissão foi de 2.004,57 reais em maio, o que representa queda real em relação a abril, quando o salário foi de 2.022,83 reais.

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