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Como o Atacadão virou um problema para o Carrefour na França

Visto como principal negócio do Carrefour no Brasil, a implantação do Atacadão na França tem recebido fortes críticas de políticos

Por Felipe Mendes Atualizado em 7 ago 2023, 17h47 - Publicado em 7 ago 2023, 12h30
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    Fachada da loja Atacadão (Atacadão/Divulgação)

    Comprado em 2007, a rede Atacadão virou a principal fonte de receita do grupo Carrefour no Brasil. Em 2022, as bandeiras do formato de atacarejo do conglomerado (incluindo o Atacadão e, em menor escala, as lojas Maxxi) faturaram 67,3 bilhões de reais, enquanto o formato de varejo, sobretudo as unidades Carrefour, registraram 26,9 bilhões de reais em receita no país. Dada a magnitude desse sucesso, a empresa anunciou que iria levar unidades do atacarejo para a França, país de origem do grupo. Nem mesmo a promessa de uma oferta de até 15% mais barata convenceu os franceses, que estão fazendo forte oposição à chegada da rede na Europa.

    Em um movimento de proteção ao comércio local em pequenas comunidades, deputados, prefeitos e empresários iniciaram um levante contra a abertura do Atacadão na França. Um abaixo-assinado intitulado “Non à Atacadão” (Não ao Atacadão, em tradução livre) foi o estopim para a companhia desistir de abrir sua unidade na comuna de Sevran, pequena vila com cerca de 50.000 habitantes. A ideia da empresa era substituir seu hipermercado Carrefour instalado no local por uma unidade da rede de atacarejo brasileira. “Sou contra uma sociedade a duas velocidades, com padrões de consumo para os ricos de um lado e para os pobres de outro”, criticou, em março, o prefeito de Sevran, Stéphane Blanchet, à agência de notícias AFP, sinalizando que a comuna estaria sendo preterida pela empresa ao trocar seu hipermercado por um atacarejo.

    Depois de Sevran, o Carrefour enfrenta resistência da comunidade de outra cidade francesa, Aulnay-sous-Bois, onde prometera investir 10 milhões de euros para trocar a fachada de uma unidade Carrefour para Atacadão. Encabeçada por políticos da esquerda, uma petição lançada no portal change.org, inspirada na decisão de Sevran, aponta riscos para os empregos e a degradação da oferta de produtos com a mudança da bandeira. “Aulnay e os habitantes de Seine-Saint-Denis merecem mais do que este miserável projeto de baixo custo, que ameaça o emprego, degrada a oferta comercial e impõe um modelo de consumo que vai contra as questões sanitárias e ecológicas”, aponta a petição. 

    O projeto, no entanto, encontra simpatia do prefeito Bruno Beschizza (de centro-direita) e deve vingar desta vez. Caso consiga colocar o projeto de pé, o Carrefour terá uma nova marca para brigar com redes como Aldi e Lidl, conhecidas por seus descontos agressivos na Europa. “Embora a França seja o país que inventou o hipermercado, há muito dessa coisa de proteção ao pequeno comércio local, além de muita regulamentação e restrições”, aponta o consultor Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail. “Os mercados europeus são brutalmente regulamentados e restritivos em relação à implantação e expansão de lojas grandes. Além disso, você tem os aspectos de defesa do impacto urbano desses equipamentos, que criam uma concorrência muito violenta com o pequeno comércio local e deslocam o trânsito.”

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