A plataforma de criptomoedas Bitso, que possui um milhão de usuários e com forte atuação na América Latina, recebeu uma rodada de investimentos no valor de 62 milhões de dólares. O foco de avanço está em expandir sua atuação no Brasil, onde inaugurou uma operação no dia 2 de dezembro. Os responsáveis pelo aporte são os fundos QED Investors e Kaszeck Ventures, que já investiram em startups de sucesso como Nubank, Creditas, QuintoAndar e Kavak.
A aposta da empresa que hoje atua majoritariamente no México, onde detém um volume de 150 BTC, é que em cinco anos o Brasil ocupará o topo dos países da região no ramo de criptomoedas. “O país possui a maior economia por ter a maior população, mas alguns outros países da região têm economias em criptomoedas maiores que ele”, disse a VEJA Daniel Vogel, CEO da Bitso. A projeção é que aconteça no Brasil o mesmo que ocorreu na Argentina, onde a empresa atua desde fevereiro deste ano e já detém 77% do participação de mercado no país.
Regulamentado pela Comissão de Serviços Financeiros de Gibraltar (GFSC, na sigla em inglês), a empresa que foi fundada em 2014 por Ben Peters, Daniel Vogel e Pablo Gonzalez operará no país por meio da plataforma Bitso Alpha, que trabalha com moedas como Bitcoin, Ether, XRP e stablecoins como BUSD, HUSD, PAX e USDC.
Essa é a primeira vez que QED Investors e Kaszeck Ventures investirão em criptomoedas, ramo em plena expansão após o aumento das transações financeiras digitais em 2020. A busca por ativos como Bitcoin tem como atrativo o fato de serem desvinculados do controle por entidades governamentais, algo que entrou no radar neste ano por conta da pandemia. O dólar, por exemplo, se desvalorizou ao longo do ano devido ao aumento de sua liquidez com os estímulos adotados pelo Federal Reserve.
As criptomoedas estão em plena expansão, mas ainda dependem de regulamentações importantes. Plataformas como o Facebook e o WhatsApp Pay, por exemplo, não foram autorizadas pelo Banco Central do Brasil para poderem realizar pagamentos em moedas digitais. Essa liberação é aguardada com ansiedade pelas empresas do mercado. “É parte dos planos futuros e das ambições. O WhatsApp é uma plataforma muito poderosa em termos de distribuição, mas ainda não está claro o que eles estão autorizados a fazer”, diz Vogel. “No momento, não há planos para fazer isso, e queremos manter as plataformas separadas até que o regulador se sinta confiante.”