A China vai isentar 14 empresas brasileiras, incluindo a BRF e a JBS, de tarifas antidumping sobre importações de produtos de frango, desde que as vendas sejam feitas acima de um preço mínimo não divulgado. Para os outros exportadores brasileiros, a taxa irá variar de 17,8% a 32,4% a partir do próximo domingo, 17. A medida tem validade de cinco anos.
Além das gigantes do setor, ficam de fora das novas taxas os produtos das seguintes companhias: Copacol, Consolata, Aurora Alimentos, Bello Alimentos, Lar, Coopavel, São Salvador Alimentos, Rivelli Alimentos, Gonçalves e Tortola, Copagril, e Vibra e Kaefer.
Segundo o governo chinês, a isenção a essas empresas se deve porque elas apresentaram “compromisso de preço” e fecharam os acordos com os produtores locais.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e o maior fornecedor estrangeiro para a China.
A decisão de taxar o frango brasileiro veio depois que os preços chineses da carne de frango atingiram níveis recordes de 11,2 iuanes (1,65 dólar, aproximadamente 6,20 reais) por quilo no final do ano passado, devido ao aumento da oferta doméstica.
A China baniu as importações de aves reprodutoras de muitos fornecedores importantes por causa de surtos de gripe aviária, prejudicando a produção doméstica. O país é o segundo maior produtor e consumidor de frango do mundo.
Apesar dos resultados preliminares da investigação antidumping, as exportações brasileiras de frango para a China devem apresentar alta de cerca de 10% em 2018 em relação ao ano anterior.
Mas a concorrência está aumentando, com a China no ano passado abrindo seu mercado para as importações da Rússia e suspendendo uma proibição de anos sobre a Tailândia.
“Se o mercado cair e houver uma concorrência mais forte, alguns produtos de baixo preço não entrarão no mercado”, disse uma fonte do setor familiarizada com os preços acordados.
O Brasil exporta principalmente pés, pernas e asas de frango para a China, produtos que estão com demanda em alta e são escassos no mercado interno.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)