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Casas Bahia anuncia recuperação extrajudicial para dívida de R$ 4,1 bi

Abertura de mercado: A crise na empresa vem na esteira do escândalo da Americanas e do impacto de juros e inflação no consumo das famílias após a pandemia

Por Tássia Kastner
Atualizado em 8 Maio 2024, 12h49 - Publicado em 29 abr 2024, 08h14
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  • O Grupo Casas Bahia anunciou na noite de ontem um pedido de recuperação extrajudicial, com anuência dos bancos credores. O plano é renegociar 4,1 bilhões de reais em debêntures e cédulas de crédito bancário. A proposta prevê uma carência de dois anos para o pagamento de juros da dívida, e de 30 meses para a retomada da amortização do principal da dívida.

    Essa é só mais uma etapa da reestruturação da companhia, anunciada em agosto do ano passado. Desde então, ela mudou de nome (de Via para Grupo Casas Bahia) e levantou 620 milhões de reais em uma operação de follow-on, que praticamente dobrou o número de ações emitidas pela companhia (e diluiu a participação dos seus acionistas).

    Ainda assim, o valor arrecadado foi insuficiente para resolver a alta alavancagem da empresa, muito perto da disparada das cláusulas de covenants, quando credores podem pedir o pagamento antecipado da dívida. O endividamento bruto da empresa estava em 5,8 bilhões de reais ao fim de 2023, dado mais recente disponível. Segundo a companhia, 69% já era de longo prazo.

    O valor de mercado da empresa é de 516 milhões de reais, menos do que o montante arrecadado no follow-on. Só no acumulado de 2024, as ações recuam 50%.

    A crise da Casas Bahia vem na esteira do escândalo da Americanas e do impacto da alta de juros e da inflação no consumo das famílias logo após a pandemia. Mas, individualmente, o papel não deve ter impacto significativo no desempenho do Ibovespa, já que a empresa responde por apenas 0,024% do índice. O EWZ avança 0,70% em Nova York nesta manhã.

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    O dia no Brasil deve ser pautado pela divulgação do IGP-M de abril, que dá pistas sobre o futuro do IPCA. Nesta semana também saem os dados do Caged. Números robustos do mercado de trabalho e inflação resilientes colocam em dúvida a velocidade com que o Brasil continuará a cortar a Selic, isso num cenário em que os EUA têm tudo para adiar para o segundo semestre o início do afrouxamento monetário.

    Lá fora, a semana começa no positivo, com a continuidade da temporada de balanços. O dado mais importante, porém, vem na quarta-feira. Os Estados Unidos não têm feriado de Dia do Trabalho, e é justamente neste dia que o Fed divulgará sua decisão de política monetária. O foco é no comunicado e na entrevista de Jerome Powell, que ajudará a calibrar as apostas para a economia do país e das taxas de juros. Isso tudo com a B3 fechada, o que pode adicionar volatilidade ao mercado doméstico. Bons negócios.

    Agenda do dia
    8h: FGV divulga IGP-M de abril
    9h: Inflação (CPI) de abril na Alemanha

    Balanços
    Isa Cteep, Copasa e Kepler Weber, após o fechamento do mercado

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