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Carta ao leitor: Devemos fazer nossas lições de casa

Ambição de excelência e propósito de contribuir com o país são elementos comuns nas histórias da Embraer e do Inteli. Cabe multiplicar os exemplos

Por Da Redação Atualizado em 3 jun 2024, 16h36 - Publicado em 31 Maio 2024, 06h00

Em destaque no seleto e altamente concorrido mercado global de produção de aviões, a Embraer se confirma como um exemplo do que o investimento em educação pode fazer pelo país. Como mostra a reportagem de capa desta edição, a empresa está numa fase de vendas vigorosas de jatos e se aventura em novas rotas. Vem aí um carro elétrico voador e será lançado em breve um navio da Marinha com equipamentos da Embraer.

Engenheiros são profissionais essenciais para chegar a tais resultados, e não é à toa que a Embraer é fruto da criação de uma escola de engenharia que foi pioneira no Brasil: o Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Para o nascimento do próprio ITA, foi determinante a visão do aviador cearense Casimiro Montenegro Filho. Ele teve a ideia de fundar a escola após conhecer, em uma missão militar nos Estados Unidos, em 1943, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Não descansou até ver a inauguração, em 1950, da faculdade em São José dos Campos. Um engenheiro formado no ITA, Ozires Silva, liderou o projeto que levou à criação da Embraer, em 1969, de início com capital misto e privatizada em 1994.

Estudantes no Inteli: com foco em ensino superior na área de tecnologia, o instituto vai graduar turmas a partir de 2025
Estudantes no Inteli: com foco em ensino superior na área de tecnologia, o instituto vai graduar turmas a partir de 2025 (Fotos Felipe Cohen/.)

Inspiração em benchmarks, ambição de excelência e propósito de contribuir com o país também são ingredientes da história do Inteli, instituto de ensino criado há três anos por André Esteves, maior acionista do BTG, e Roberto Sallouti, CEO do banco. Como conta a reportagem que começa na pág. 22, a iniciativa de fundar o Inteli veio após eles ouvirem de um gestor de um fundo que não investia aqui por falta de formação de profissionais de tecnologia no Brasil. Com uma doação inicial da família Esteves e depois a adesão de outros filantropos e empresas, o Inteli vai graduar em 2025 a sua primeira turma de engenheiros e outros especialistas. Mais da metade deles hoje estuda com bolsas bancadas pelos doadores.

O Brasil precisa de mais exemplos assim.

Publicado em VEJA, maio de 2024, edição VEJA Negócios nº 2

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