Em recente visita ao Brasil, o americano de origem iraniana Dara Khosrowshahi participou da comemoração de dez anos no país da companhia que ele preside globalmente: a Uber, que virou sinônimo de transporte oferecido via aplicativo. Em entrevista exclusiva concedida a VEJA NEGÓCIOS, ele disse, porém, que o principal motivo de sua primeira vinda para cá não era a efeméride da empresa, mas a relevância que o mercado brasileiro adquiriu. Dois dados que ele citou: estão aqui seis das dez cidades mais importantes do mundo para a Uber. E São Paulo figura em primeiro lugar em número de corridas feitas por motoristas da plataforma. O Brasil propiciou o lançamento de um dos recentes novos serviços por app, o Moto, de preço mais acessível. A reportagem sobre os caminhos da Uber e a entrevista com Khosrowshahi começam na pág. 22 desta edição.
A importância do nosso mercado é assunto de mais dois conteúdos. Um deles (na pág. 9) é a entrevista de Tadeu Marocco, um fluminense e não fumante que se tornou o executivo-chefe da maior empresa global de cigarros, a BAT. Com 120 anos aqui, ela é dona da antiga Souza Cruz e batalha pela aceitação legal de seus produtos eletrônicos, os vapes. No artigo de Palavra Final, na última página, Artur Grynbaum, sócio do Grupo Boticário, trata de outra batalha. Para ele, a questão é convencer brasileiros ainda reticentes da alta qualidade dos produtos de beleza e cuidados pessoais fabricados no país. Nesse campo, pelo volume que consome, o Brasil é a quarta potência, atrás de China, Estados Unidos e Japão. Em fragrâncias e desodorantes, é o número 2, em produtos para cabelos, o terceiro. Nas exportações, o setor cresceu 17% em 2023.
Para essas empresas, e para outras, apesar das dificuldades, o propalado país das oportunidades é uma realidade. Imagine a pujança por vir quando o ambiente de negócios melhorar.
Publicado em VEJA, junho de 2024, edição VEJA Negócios nº 3