No último sábado, dezessete pessoas foram presas em flagrante pela Polícia Federal em São Paulo por furto, ao utilizar dados de terceiros para sacar as contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os presos teriam tido acesso aos dados dos beneficiários por meio de um golpe: ao acessar uma página falsa da Caixa Econômica Federal, os trabalhadores inseriam informações que possibilitaram o saque.
A Caixa informou que as pessoas lesadas por esse ou qualquer outro golpe devem procurar uma agência, com documento de identificação, carteira de trabalho ou outro documento que comprove o término do vínculo trabalhista que deu origem aos depósitos do FGTS.
Para evitar cair no golpe, a Caixa orientou aos trabalhadores a procurar informações apenas nos quatro canais oficiais do banco: no site oficial, em seus perfis nas redes sociais, por meio do telefone 0800-726-0207 ou pelo aplicativo FGTS CAIXA.
O analista de segurança da Kaspersky Lab, Thiago Marques, aconselha aos internautas a não acessar sites antes de identificar como o link chegou até ele. “Muitas vezes sites falsos chegam por e-mail, que direciona o usuário para a página. Os criminosos também compram anúncios para apareceram na busca do Google, então quando o usuário pesquisa por FGTS aparecem esses links antes do resultado”.
Ao digitar o endereço completo no browse, segundo Marques, as chances de cair em um golpe são reduzidas. “No caso do Internet Banking é um pouco diferente. Uma boa forma de evitar ser vítima é informar a senha errada no primeiro acesso, nos sites falsos a senha será aceita por que ele não sabe identificar a verdadeira”, contou o analista.
Uma visão crítica também é importante no mundo digital. “O usuário não pode ir no automático, tem que ter cautela. É a mesma coisa de quando você encontra alguém na rua e ela quer te vender um iPhone de 2 mil reais por 500 reais, o consumidor vai pensar ‘Quem é esse cara?’, ‘Como consegue vender por esse preço?’, ‘Será que é roubado?’, tem que ter o mesmo tipo de pensamento na internet”.
“Nenhum banco no Brasil envia notificação via e-mail, é preciso tomar cuidado com mensagens que informam problemas na conta ou débitos em aberto. Utilizar ferramentas de segurança também é importante, o que o usuário não percebe, a ferramenta pode identificar”, completou o especialista.
Criminosos
Os presos na operação policial foram localizados com, ao menos, 177 contas de FGTS, mas nem todas tiveram seus recursos sacados por eles, segundo a Polícia Federal.
A polícia está trabalhando para verificar a totalidade de contas que tiveram seus dados violados pelos presos, o montante do prejuízo causado, se há conexão entre os envolvidos e quais o os meios utilizados para a obtenção dos dados pessoais dos verdadeiros titulares das contas inativas.